Quem pensa em sair de casa no feriadão de Proclamação da República para um show ou qualquer outro evento que reúna grande número de pessoas deve adicionar uma medida ao rol de precauções: verificar a carteira de vacinação. O recente aumento no número de casos de sarampo em Santa Catarina reacendeu o alerta sobre a transmissão da doença, sobretudo em locais com grandes aglomerações.
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Um show em Joinville que reuniu 10 mil pessoas em outubro e um evento de marketing digital na semana passada em Florianópolis com 12 mil presentes são exemplos. Ambos tiveram casos suspeitos de sarampo identificados e geraram mobilização em busca de vacinação aos não imunizados.
A Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde de Santa Catarina (Dive/SC) acredita, inclusive, que dos 35 novos casos confirmados de sarampo no último boletim epidemiológico 31 tiveram origem no show realizado em Joinville. No total, os casos de sarampo já somam 94 este ano no Estado.
Para o médico infectologista Luiz Escada, que atua na Dive/SC, não há alternativa: a única maneira de se prevenir contra a doença é tomando a vacina.
Escada explica que o vírus do sarampo é altamente contagioso, pois se espalha facilmente pelo ar através da respiração, tosse ou espirros, e uma pessoa infectada pode transmitir a doença para até outras 18 pessoas, antes mesmo de ter sintomas. Por conta disso, locais com grande público aumentam consideravelmente as chances de transmissão.
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— As pessoas que vão a eventos maiores, a um show, ou um evento dentro de um shopping, têm maior risco de transmissão porque ficam expostas a muitas outras pessoas. A primeira orientação nesses casos é: se você tem dúvida se está imunizado, vá se vacinar — enfatiza o médico.
A ação da vacina, contudo, não é imediata. Após se imunizar, a pessoa leva em torno de 15 dias para produzir os anticorpos necessários para impedir a infecção pelo sarampo (tire as dúvidas sobre quando e onde se vacinar abaixo).
Campanha de vacinação focada em jovens
A Campanha Nacional de Vacinação contra o sarampo entra na segunda fase na próxima segunda-feira (18) em todas as cidades catarinenses focada em adultos jovens. A etapa é destinada a pessoas com idade entre 20 e 29 anos, e segue até o dia 30 de novembro, quando será realizado o dia D de vacinação para esse grupo.
De acordo com a Dive/SC, a faixa etária é justamente a que mais tem contraído sarampo neste ano em Santa Catarina. Dos 94 casos confirmados até agora, 41 são em pessoas com idade entre 20 e 29 anos.
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Perguntas e respostas sobre doença
O que é sarampo?
O sarampo é uma doença infecciosa aguda, de natureza viral, potencialmente grave. Pode causar complicações à saúde e, em casos mais graves, levar à morte.
Como é transmitido?
O sarampo é uma doença altamente contagiosa. O vírus se espalha facilmente pelo ar através da respiração, tosse ou espirros. Uma pessoa com sarampo pode transmitir a doença para uma média de 12 a 18 pessoas que nunca foram expostas ao vírus anteriormente ou que não tenham se vacinado.
Quais são os sintomas?
Os principais sintomas do sarampo são: febre, tosse, coriza, aparecimento de manchas vermelhas no corpo e olhos avermelhados. Apresentando sinais e sintomas do sarampo, o serviço de saúde deve ser procurado imediatamente para que seja feito o diagnóstico e tratamento da doença.
Qual o tratamento?
Não existe tratamento específico para o sarampo. Os medicamentos são utilizados para reduzir o desconforto ocasionado pelos sintomas da doença. Não faça uso de nenhum medicamento sem orientação médica e procure o serviço de saúde mais próximo, caso apresente os sintomas descritos acima.
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Quais as complicações?
O sarampo pode trazer complicações à saúde, deixando sequelas para toda a vida ou ainda levando à morte. As complicações podem ocorrer de acordo com a faixa etária, sendo que as crianças são mais suscetíveis a elas.
Crianças:
– Pneumonia: cerca de 1 em cada 20 crianças com sarampo pode desenvolver pneumonia, causa mais comum de morte por sarampo em crianças pequenas;
– Otite média aguda (infecções de ouvido): ocorre em cerca de 1 em 10 crianças com sarampo e pode resultar em perda auditiva permanente;
– Encefalite aguda: 1 em cada 1.000 crianças pode desenvolver essa complicação e 10% destas podem morrer;
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– Morte: 1 a 3 a cada 1.000 crianças doentes podem morrer em decorrência de complicações do sarampo.
Adultos:
– Pneumonia
Gestantes:
– Mulher em idade fértil (10 a 49 anos) não vacinada antes da gravidez pode apresentar parto prematuro e o bebê pode nascer com baixo peso;
– É importante se vacinar antes da gestação, pois a vacina é contraindicada durante a gestação.
Como prevenir?
A vacina é a única forma de prevenir o sarampo. Quais são as vacinas que previnem o sarampo?
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– Tríplice viral (protege contra o sarampo, caxumba e rubéola)
– Tetra viral (protege contra o sarampo, caxumba, rubéola e varicela (catapora).
Quando tomar as vacinas?
– Primeira dose: aos 12 meses de idade (tríplice viral)
– Segunda dose: aos 15 meses de idade (tetra viral) – última dose por toda a vida
Quem não tomou as doses quando bebê/criança pode tomar depois?
Sim. Pessoas com idade entre 1 e 29 anos devem receber duas doses da vacina contra o sarampo.
– Caso esteja nesta faixa etária e não tenha tomado nenhuma dose, a indicação é procurar um posto de saúde para atualizar a caderneta de vacinação. As doses devem ser tomadas com um intervalo mínimo de 30 dias.
– Caso tenha tomado apenas uma dose, a indicação é procurar um posto de saúde para completar o esquema vacinal com a segunda dose.
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– Quem comprova as duas doses da vacina do sarampo, não precisa se vacinar novamente.
Quem não tomou nenhuma dose, perdeu o cartão de vacinação ou não se lembra?
Quem não tomou nenhuma dose, perdeu o cartão de vacinação ou não se lembra precisa atualizar a caderneta de acordo com a seguinte faixa etária:
– De 1 a 29 anos: duas doses
– De 30 a 49 anos: uma dose
Lembrando que tomar a vacina mesmo que você já tenha tomado anteriormente não traz nenhum risco à saúde. Então, se você não lembra se já tomou ou não, é melhor repetir a dose do que ficar sem proteção.
Onde tomar a vacina?
As vacinas contra o sarampo são seguras, gratuitas e estão disponíveis nas mais de 1.000 salas de vacinação dos postos de saúde dos 295 municípios catarinenses.