Os advogados da Chapecoense trabalham na preparação da defesa do clube para tentar evitar penas como a perda do mando de campo após os acontecimentos do jogo contra o Cruzeiro, como a confusão no vestiário e a agressão ao quarto árbitro e relatos de xingamento anotados na súmula pelo árbitro Pericles Bassols Pegado Cortez.

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Um dos pontos da defesa é de que o agressor foi identificado, sendo um torcedor de Concórdia que não teve o nome divulgado. De acordo com o vice-presidente jurídico da Chapecoense, Luiz Antônio Palaoro, o torcedor prestou depoimento na delegacia e vai responder processo por lesão corporal, por ter atingido o quarto árbitro, Evandro Tiago Bender, causando ferimentos próximo do olho, que causaram sangramento.

Segundo depoimento do torcedor o objeto arremessado contra o quarto árbitro seria uma pilha, e não uma pedra conforme o que foi relatado na súmula. No Bender, confirmou que foi atingido por uma pedra.

Ele fazer o exame de corpo de delito no Instituto Geral de Perícias de Chapecó, na tarde desta sexta-feira.

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– O laudo é de ferimento leve, foram dois cortes, um acima e um abaixo do olho, mas estou bem – disse Bender, que está usando curativo.

Ele ainda não decidiu se vai representar contra o torcedor pela agressão.

Em relação aos xingamentos do diretor-executivo Rui Costa e o diretor de futebol João Carlos Maringá, o vice-presidente jurídico da Chapecoense disse que ambos foram até o gramado para retirar os jogadores.

– Em momento algum eles tiveram intenção de agredir o árbitro – destacou Palaoro. O mesmo teria ocorrido com o técnico Vagner Mancini, segundo o advogado.

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Ele afirmou que aguarda a intimação do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) para fazer a defesa.

De acordo com a assessoria de imprensa do STJD as declarações e imagens divulgadas na imprensa, além da súmula, foram encaminhadas para a Procuradoria do órgão. Somente após análise é que poderá ser informado quem cometeu infrações e em que artigos serão enquadrados. Ainda não há data para denúncia.

A Chapecoense também está preocupada com a situação do lateral Reinaldo e do zagueiro Victor Ramos, que foram expulsos após o apito final, por reclamação. Os dois jogadores devem jogar no domingo, contra o Cruzeiro, pois o departamento jurídico do clube entende que ambos só terão que cumprir suspensão no Brasileirão após julgamento, por se tratar de outra competição.

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O vice-presidente de futebol do clube, Nei Maidana, disse que o clube está analisando a situação mas deve encaminhar uma representação para a CBF reclamando da atuação do árbitro. Ele também lamentou o que aconteceu e disse que o Cruzeiro não tem culpa da má arbitragem.

O diretor-executivo Rui Costa disse que o objeto arremessado foi algo inaceitável mas que a indignação do clube com o resultado tem procedência.

– Tudo aconteceu a partir de uma arbitragem confusa, que anulou um gol legítimo – disse o dirigente.

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Ele afirmou que a Chapecoense não quer ser tratada com coitadismo mas sim ser respeitada como clube de futebol.

O árbitro citou reclamações do zagueiro Victor Ramos, do técnico Vágner Mancini e de Rui Costa, ex-dirigente do Grêmio e que atualmente é diretor executivo da Chapecoense.

Confira o relato na íntegra:

“Após o término da partida, o atleta nº 80, Victor Ramos Ferreira, da equipe da Chapecoense, veio na direção da equipe de arbitragem e de frente para mim e apontando o dedo por cima do escudo de proteção dos policiais, proferiu as seguintes palavras: “Você é um filho da p***, um safado!” Em virtude do tumulto ao redor da equipe de arbitragem e da confusão generalizada, o cartão vermelho não pôde ser mostrado no campo de jogo. Desta forma, a expulsão foi informada na comunicação de penalidades.

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Após o término da partida, o técnico da equipe da Chapecoense, Sr. Vagner Carmo Mancini, invadiu o campo de jogo e se dirigiu à equipe de arbitragem para questionar e protestar contra decisões tomadas em campo.

Logo após a chegada do policiamento, dois dirigentes da equipe da Chapecoense, identificados como Sr. Rui Costa e Sr. João Carlos, conhecido como “Maringá”, invadiram o campo, se dirigiram à equipe de arbitragem fazendo ameaças verbais. O primeiro disse: “Aqui é trabalho e nenhum vagabundo vai estragar isso, seu filho da p***.” O segundo proferiu as seguintes palavras: “Você vai se f**** seu filho da p***, você tem que se f****.”

Ao sair do campo, escoltados pela polícia, uma pedra foi arremessada da arquibancada onde se situava a torcida da Chapecoense, atravessou os escudos de proteção, atingindo o quarto árbitro, Sr. Evandro Tiago Bender, no rosto (supercílio e abaixo do olho) causando ferimento nas duas regiões. Este fato foi registrado no boletim de ocorrência com número de protocolo 2828191, feito no vestiário pelo policiamento local. O exame de corpo de delito será anexado assim que realizado.

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Cabe relatar que, ainda dentro de campo, e protegidos pela polícia, identificamos uma confusão generalizada na zona mista. Contudo, devido à nossa posição no campo, não foi possível identificar o que iniciou tal incidente e os infratores envolvidos”.

*ZHESPORTES