Joinville está precisando com urgência de mais famílias que se habilitem a cuidar de crianças afastadas provisoriamente da família biológica devido a situações de negligência ou violência. Atualmente, o Programa de Acolhimento Familiar Provisório à Criança e ao Adolescente do município, que tem capacidade para dar suporte a 15 famílias acolhedoras, conta com apenas sete.
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E os quatro abrigos da cidade, que hoje atendem a 140 crianças e adolescentes, trabalham no limite da capacidade, afirma o juiz da Vara da Infância e Juventude, Márcio Renê Rocha.
Quem já participa do programa da Secretaria de Assistência Social incentiva interessados a contribuir com a educação de crianças e adolescentes. Mas há uma ressalva: a família precisa ter em mente que o acolhimento é diferente da adoção. A família acolhedora sequer pode vir a requerer a guarda da criança à Justiça. Como o período da guarda dura de seis meses a dois anos, é preciso praticar o desapego.
– É claro que a gente se apega e um vínculo é firmado, mas o gratificante é saber que fizemos parte da vida dele e que sempre lembrará de nós e dos nossos ensinamentos -, diz um pai participante do programa, que há nove meses abriga um menino de oito anos.
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Segundo um casal que integra o programa há três anos e está abrigando pela sétima vez, nada impede que as crianças os visitem mais tarde.
– Sempre temos notícias por meio da equipe do programa, e sempre que as crianças pedem, vêm nos visitar ou passar um fim de semana com a gente, os ?tios?, como nos chamam -, conta a mãe, veterana no programa.
Coordenadora do programa, Denise Maria Vieira de Simas Santos explica que o acolhimento é recomendado em situações em que ainda é possível a retomada de vínculos com a família biológica.
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– As vantagens são o convívio familiar e o fato de a criança ser poupada do estigma de ter passado por um abrigo -, ressalta o juiz Márcio Rocha.
Apenas quando a família biológica perde a guarda, afirma ele, as crianças em geral são encaminhadas a abrigos para aguardar por candidatos à adoção.
De acordo com a assistente social Alessandra Bussei, o processo de preparação para a tarefa leva em torno de dois meses.
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– É preciso verificar documentação, fazer entrevistas e visitas à casa da família, além do treinamento.