O aumento da taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, levou à maior atratividade dos investimentos em renda fixa. Entre as possibilidades, destaque para o Certificados de Depósito Bancário (CDB), um título privado oferecido por instituições financeiras com o objetivo de captar recursos para financiar operações.
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Ao comprar um CDB, o investidor empresta dinheiro ao banco em troca de um rendimento estabelecido no momento da aplicação. Ou seja, o banco devolve o valor e os juros acordados no prazo que foi definido anteriormente.
Muitos CDBs são atrelados à taxa DI (Depósito Interbancário), que acompanha a Selic. Ou seja, quando a Selic sobe, a taxa DI é elevada e o rendimento dos CDBs também. Os CDBs são uma opção de investimento para diversos perfis de investidores, dos mais conservadores aos mais agressivos, visto que com a elevação da inflação, é uma forma de proteger parte do patrimônio contra grandes oscilações e para evitar que a rentabilidade perca para a inflação, tendo perda real.
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No entanto, o investidor precisa ficar atento a algumas questões antes de investir, como a liquidez, os riscos e os impostos envolvidos, para poder tomar a decisão de onde e como alocar com maior precisão.
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Como é a liquidez dos CDBs?
Antes de realizar qualquer compra, o investidor precisa olhar a liquidez do ativo, ou seja, o tempo em que é possível liquidar o investimento e usar o dinheiro investido. Conforme o vencimento, os CDBs podem ter liquidez diária, quando o resgate pode ser realizado a qualquer dia, sem perder rentabilidade. Assim, o CDB com liquidez diária não sofre “marcação a mercado”, quando o ativo desvaloriza se não for resgatado no vencimento.
O outro tipo é o CDB com liquidez no vencimento. Nessa modalidade, o investidor apenas pode sacar os valores com os juros acordados se realizar a operação no vencimento. Ou seja, se comprar um título a vencer em 2025, vai poder ter o dinheiro de volta somente nesse momento.
Por isso, CDBs com esse tipo de liquidez não são recomendados para reserva de emergência, pois o valor pode ser necessário a qualquer momento e não deve ficar restrito desta maneira. Por mais que o foco da reserva de emergência não seja a alta rentabilidade, mas sim a segurança e a previsibilidade, também não é desejável que se perca capital nas carteiras destinadas a esse objetivo.
Rentabilidade dos CDBs
Ao adquirir um CDB, o investidor pode escolher ativos com rentabilidade pré-fixada, determinada no momento da aplicação com uma taxa fixa, pós-fixada ou híbrida.
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No prefixado, o investidor compra um CDB que paga 12% ao ano, por exemplo, sem mudanças posteriores. No caso do pós-fixado, o rendimento muda conforme o índice de referência escolhido, como Selic ou Inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Dessa forma, alterações nesses índices afetam diretamente o rendimento do ativo. No caso da rentabilidade híbrida, o rendimento pode ser de uma taxa fixa somada a um índice, como o IPCA + 4% ao ano.
O que saber sobre o emissor antes de investir
Comprar um CDB é relativamente fácil e o processo pode ser feito em bancos ou corretoras. Sociedades de crédito, assim como bancos, também estão autorizadas a emitir CDBs desde 2020.
Esse tipo de ativo conta com proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), com limite de R$ 250 mil por instituição financeira e até R$ 1 milhão por CPF ou CNPJ. Mesmo assim, o fundo funciona como um “seguro” caso o emissor não possa cumprir com suas obrigações – o que esperamos que não aconteça, certo? Para ter uma segurança maior, o investidor pode fazer uma check list antes de comprar um CDB, principalmente de uma instituição financeira que ainda não conhece.
Como sempre existe o risco de crédito, relacionado à capacidade de pagamento, o investidor deve verificar há quanto tempo a instituição emissora está no mercado, assim como indicadores de alavancagem.
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Já o risco de mercado é influenciado pelas oscilações em dados importantes, como Selic ou IPCA, que podem influenciar em maiores ou menores retornos, dependendo da modalidade escolhida. O risco de liquidez envolve dificuldades de sacar o dinheiro, por isso é importante verificar prazos de carência e vencimento do ativo.
Como saber qual o risco do emissor?
Uma das formas de verificar o risco da instituição é checar o Índice de Basileia, que avalia a solvência dos bancos e entidades de crédito, com base em dados do Banco Central.
A autoridade monetária brasileira disponibiliza uma nota para cada instituição, levando em conta fatores como dívidas contratadas e perfil de risco, quantidade de dinheiro em caixa e volume de empréstimos em comparação com o patrimônio. Assim, quanto menor for o Índice de Basileia, maior o risco do órgão emissor. O índice pode ser encontrado no site do BCB.
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Além disso, bancos de capital aberto divulgam indicadores como lucro líquido, índice de imobilização, entre outros. Agências de risco, como Fitch e Moody’s também medem a capacidade das instituições em honrar com suas obrigações financeiras. As notas de rating podem ser encontradas nas áreas de Relações com Investidores no site da companhia avaliada. Quanto maior próximo de AAA, melhor o rating e menor a possibilidade da instituição quebrar ou dar um calote. Fuja daquelas com pior grau, medido pelo D.
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Impostos envolvidos em investimentos em CDB
Investimentos em renda fixa estão sujeitos à tributação do governo, assim como os CDBs.
Caso a operação ocorra com resgate em menos de 30 dias, o investidor vai precisar pagar Imposto sobre Operação Financeira (IOF), cobrado conforme número de dias da aplicação.
Além disso, os CDBs estão sujeitos ao Imposto de Renda Retido na Fonte, também com tabela regressiva, variando entre 15% e 22,5%. Quanto mais tempo o dinheiro ficar na aplicação, menor será a tributação. Algumas instituições podem cobrar taxas de custódia ou comissões sobre o rendimento, mas felizmente hoje há opções de corretoras com taxas justas e sem conflito de interesses e comissões, como a Warren
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