Polêmica e decisiva, essa é a Primeira Liga, grupo criado por 15 clubes do Sul do Brasil, Minas Gerais e a dupla carioca Flamengo e Fluminense. Feita para organizar a Copa Sul-Minas-Rio, a liga mexe com o futebol brasileiro e faz cartolas entrarem em guerra política. Em uma semana de muita ebulição, hoje pode ser um dia decisivo. Em Belo Horizonte, os clubes da Primeira Liga e a Federação Catarinense de Futebol (FCF), através do seu presidente licenciado Delfim Pádua Peixoto Filho, discutem se entrarão ou não em conflito com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

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Diferentemente do que aconteceu com Liga Nordeste de Futebol, criada em 2012 para comandar a Copa Nordeste, os times da Primeira Liga têm encontrado dificuldades com a CBF. A criação da Copa

Sul-Minas-Rio terá que passar pelo crivo da assembleia geral da entidade, que reúne as 27 federações estaduais, na próxima terça-feira. Isso porque a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) é contra a criação do novo torneio, principalmente depois que Fla e Flu deixaram claro que não usarão titulares no Estadual, priorizando a Sul-Minas-Rio.

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Influenciado pelo presidente do Vasco Eurico Miranda – que na última semana declarou que Delfim pressiona a arbitragem no Brasil para ajudar os clubes de SC na Série A -, o presidente da Ferj, Rubens Lopes, protocolou na CBF um pedido de veto à criação do torneio. Esse pedido fez a entidade máxima do futebol nacional voltar atrás e pedir a assembleia, o que deixou o CEO da Primeira Liga, Alexandre Kalil, indignado. Curioso notar que, na semana passada, antes do pedido de Lopes, a CBF, por meio do seu secretário-geral, Walter Feldman, havia declarado apoio à realização do torneio em 2016.

Del Nero emudece e primeira liga ganha apoio

O que assusta a CBF e seus aliados é que a Primeira Liga se transforme em algo muito maior. Hoje, ela é considerada um embrião para um novo Campeonato Brasileiro, comandado pelos clubes, nos moldes da Liga Inglesa, que desde 1992 coordena o torneio local, que tem as maiores cotas de televisão do mundo.

Inicialmente, o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, até então não tinha se oposto à criação do novo campeonato, afinal, desde o Fifagate ele perde poder e prefere não bater de frente com Delfim. Escolhe também o silêncio, como foi ontem na convocação da Seleção Brasileira. Questionado se viajaria a Buenos Aires para o jogo da Seleção Brasileira contra a Argentina, dia 12 de novembro, pelas Eliminatórias, o presidente emudeceu. E foi socorrido por sua assessoria de imprensa, que cortou o microfone e proibiu que fossem feitas perguntas fora do tema da convocação.

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Enquanto Del Nero mostra ser mais um ponto de fraqueza, o governo federal declarou ontem apoio à criação da liga e à realização do torneio. Além disso, Alexandre Kalil aproveitou o encontro em Brasília para mais uma vez garantir que a Copa Sul-Minas-Rio acontecerá, com ou sem apoio da CBF.