A indústria fonográfica passa por mudanças constantes. Novos artistas, letras e ritmos surgem a todo momento e, nos últimos anos, uma das alterações mais significativas aconteceu na outra extremidade da cadeia: a do consumidor. Com a popularização da Rdio e da Deezer no país, empresas que oferecem o serviço de streaming de música por R$ 14,90 mensais (no plano mais caro), o brasileiro aos poucos começa a investir para ter acesso sob demanda e ilimitado a milhares de canções disponíveis na web por meio do dispositivo que desejar. Ou seja, a música começa a invadir a nuvem computacional.
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De olho neste mercado, empresas como a Google, que lançou o Play Music All Access neste mês, começam a oferecer o serviço de streaming, que significa pagar uma mensalidade para ter acesso a um serviço de transmissão de música pela internet.
Especialistas acreditam que a Apple e a Nokia também devem lançar um streaming próprio ainda neste ano, enquanto outras empresas planejam entrar no país. É o caso da Spotify, líder mundial no serviço de música online.
O diretor de marketing da Flexy Negócios Digitais, Cristiano Chaussard, acompanhou de perto a transformação da indústria fonográfica. Ele atuou como empresário de banda durante 10 anos e acredita que o principal fator que impulsiona a compra de streaming de música é a comodidade, pois os usuários querem escutar música em todos os dispositivos – notebooks, smartphones, tablets e iPods.
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Outro fator apontado por Chaussard é a desconfiança dos usuários em baixar músicas de forma gratuita, pelo risco de pegar um vírus. Além disso, ele acredita que o streaming de música representa vantagem também para as bandas.
– Bandas de pequeno e médio porte não ganham dinheiro com discos. As grandes recebem cerca de 6% da venda. Todos eles querem que a arte se dissemine, mas que consigam também se sustentar com os shows – ressalta.
Chaussard acredita que o brasileiro está preparado para consumir música, mas a internet brasileira ainda não. Para ele, as empresas ainda não têm estrutura para que seus colaboradores usem o serviço de streaming no trabalho, por exemplo.
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O consumo de música por meio digital começou com o Napster, site criado em 1998 e que permitia o download de músicas com uma interface amigável. Um público de aproximadamente 15 milhões de usuários únicos compartilhavam MP3 de suas músicas favoritas com outros usuários. O Napster foi fechado por uma decisão judicial em 2001. No mesmo ano, outro marco da indústria fonográfica. A Apple criou o iTunes, que organiza, reproduz e permite a compra de músicas.
O usuário pode adquirir uma música a partir do valor de R$ 0,69 e tê-la em seu dispositivo móvel ou mesmo no computador. Neste ano, uma nova vertente de consumo de música começa a despontar no Brasil: o serviço pago de streaming.
O país é atualmente o terceiro maior mercado da Rdio entre os 24 países que a empresa atua, e o que apresenta o maior crescimento em relação a novos usuários. A Deezer é outro exemplo. Começou a oferecer o serviço em janeiro deste ano e, logo na primeira semana, conseguiu 100 mil usuários. Atualmente, o Brasil ocupa o segundo lugar no ranking de países com mais usuários da Deezer, atrás apenas da França.
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O presidente da Deezer para América Latina, Mathieu Le Roux, conta que para eles é ótimo saber que outras empresas comecem a atuar no Brasil, pois é sinal de que o mercado está em expansão.
– O streaming cresceu até cinco vezes mais do que o download de músicas. Temos todos os sinais verdes de que este é o modelo de futuro – comenta.
Conforme o último relatório anual da Federação Internacional da Indústria Fonográfica, o número de assinantes de serviços de streaming pagos cresceu 44% no mundo inteiro e hoje é compartilhado por 20 milhões de pessoas.
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::Alguns dos serviços de streaming de música disponíveis:
Spotify
Líder mundial no serviço de música online, está presente em 28 países e tem 24 milhões de usuários ativos. A previsão é de que chegue ao Brasil ainda neste ano.
Mensalidade: US$ 10 (cerca de R$ 20)
Play Music All Access
Lançado pelo Google neste mês, ainda não tem previsão para chegar no Brasil.
Mensalidade: US$ 9,99 (cerca de R$ 20)
Deezer
Presente em 182 países, tem 26 milhões de usuários e 20 milhões de músicas disponíveis. Chegou ao Brasil em janeiro de 2013.
No site o usuário pode testar o serviço gratuitamente por até 15 dias.
Mensalidade: o plano mais caro custa R$ 14,90
Oi Rdio
Presente em 24 países, tem 20 milhões de músicas disponíveis. Criado por um dos fundadores do Skype, a Rdio chegou ao Brasil em novembro de 2011, em parceria com a Oi.
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No site o usuário pode testar o serviço gratuitamente.
Mensalidade: o plano mais caro custa R$ 14,90
Presente no Brasil e está com quase 70 mil usuários. Por enquanto, o aplicativo é voltado apenas para iPhone e iPod Touch, mas também pode ser acessado pelo desktop.
O programa está disponível no site
Mensalidade: gratuito