Com apenas 21 anos, a estudante Ariany Souza Rodrigues deixou as férias da faculdade de educação física de lado para se dedicar a salvar vidas. Ela representa a pequena parcela de mulheres que, hoje, integra o quadro de guarda-vidas civis das praias de Governador Celso Ramos e Palhoça. Dos 71 profissionais, cinco são mulheres. Dentro e fora da água elas demonstram a mesma capacidade dos homens e podem salvar todos os tipos de banhistas, desde o magrinho ao mais gordinho.
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E a habilidade destas meninas são testadas em rigorosos testes práticos. Só para concorrer a uma vaga, da mesma forma que os homens, elas precisam correr 1.600 metros em até sete minutos e nadar 500 metros em até 11 minutos. Mas este é só o começo. Se forem selecionadas vão para o curso de cinco semanas com 120 horas/aula. Sendo homem ou mulher, forte ou fraco, os obstáculos a vencer são os mesmos. Segundo o tenente Bruno Azevedo, em nenhum momento, tanto no curso como na rotina diária nas praias, deve haver diferença entre os sexos.
Ariany sabia disso e não teve receio em ir adiante. Passou em todos os testes e desde o dia 1º de dezembro está trabalhando na Praia da Pinheira, em Palhoça. Nadar nunca foi um problema para ela, que aos três anos de idade já frequentava aulas de natação.
Se precisar correr para salvar alguém mesmo na areia quente e fofa, não haverá problema. A estudante começou a praticar corrida aos 17 anos. Primeiro percorria um quilômetro e hoje completa uma meia maratona de 21 quilômetros em duas horas. No mês que vem, ela pretende participar de uma competição onde os atletas irão percorrer até 30 quilômetros em asfalto, areia e montanhas.
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– Primeiro conversamos com a pessoa para ela não se sentir constrangida com o apito, mas se insistir aí apitamos, e muito – diz.
Em 50 dias, estes olheiros da vida trabalharam duro. Somente em Palhoça, até 21 de janeiro, já foram registrados 396 arrastamentos, 31.804 prevenções (pessoas que foram advertidas por estarem em zonas de risco), 20 embarcações à deriva, 28 quedas de costão e 509 crianças perdidas.
– Antigamente existiam os salva-vidas, que atuavam para socorrer pessoas afogadas. Hoje o trabalho é feito para ninguém chegar ao afogamento, por isso, são guarda-vidas – explica o tenente Bruno Azevedo.
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Para ser guarda-vidas civil
– ter acima de 18 anos;
– passar em dois testes físicos: correr 1.600 metros em até sete minutos e nadar 500 metros em até 11 minutos;
– passar nos testes médicos e toxicológicos;
– não ter antecedentes criminais;
– ser aprovado no curso gratuito de cinco semanas (120 horas/aula).