A Região Sul de Santa Catarina possui hoje (15) a menor taxa de ocupação de UTIs do Estado: 70,21% dos leitos estão preenchidos. Na quarta-feira (10) o número era ainda mais baixo, com 56,86% dos leitos ocupados. No mês de janeiro, a região Sul, destino de muitos turistas na temporada de verão, contrariou as expectativas e manteve a transmissibilidade e a ocupação dos hospitais em níveis baixos.

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Em dezembro, os hospitais da região estavam lotados. Enquanto Santa Catarina vivia a explosão de casos da Covid no Estado, com 89% das UTIs ocupadas, o Sul entrava em colapso, com todos os leitos de UTIs preenchidos. Esperava-se que o mês de janeiro fosse ainda pior com a ida de turistas para a região.

O secretário de Saúde de Criciúma, Acélio Casagrande, acredita que vários fatores influenciaram para que os números de casos dimiuíssem de dezembro para janeiro e para que a região conseguisse superar o colapso:

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— Vários fatores influenciaram para que os casos diminuíssem, como testagem com antígeno, isolamento e tratamentos rápidos após dois dias de sintomas. Com certeza a diminuição de aglomerações ajudou nisso e o distanciamento ainda é necessário. A pandemia não acabou — afirmou Casagrande.

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O secretário da Saúde de Araranguá e médico Henrique Besser considera a conscientiação da população um importante fator para a melhora dos índices na região Sul:

— Em grande parte, essa melhora acontece devido ao grau de conscientização da população em relação a como pegar o vírus. A maioria dos casos não leva à complicação, mas é importante a conscientização dos problemas que levam ao contágio e que podem levar à complicação. Precisamos de um somatório de fatores para que os níveis fiquem baixos e todos sejam beneficiados.

Apesar da baixa, níveis da região Sul podem piorar

Desde janeiro, a ocupação dos hospitais mostram grande evolução na região Sul, mas especialistas acreditam que as cidades terão uma nova alta nos casos. O secretário da saúde de Tubarão e também farmacêutico e bioquímico, Daisson José Trevisol, entende que a região terá uma nova alta:

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— Diminuiu bastante a circulação do vírus na nossa região e a previsão é de que nas próximas semanas tenha um aumento novamente, como aconteceu em outras regiões. O Sul inteiro está nessa situação. Eu acredito que nós tenhamos um novo aumento nas próximas semanas.

O secretário pressupõe que a transmissibilidade depende dos cuidados da população. Para ele, há meses de muita dificuldade, óbitos e transmissão do vírus. Nesses momentos, a população se cuida mais e os casos começam a reduzir. Assim o município passa por um ou dois meses de tranquilidade, mas a população relaxa e o vírus volta a circular de forma intensa. 

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O infectologista e diretor técnico do Hospital São José, em Criciúma, Raphael Elias Farias, acredita que essa pode ser uma hipótese viável para explicar a diminuição de casos na reigão Sul no mês de janeiro:

— Essa é uma hipótese possível. Em dezembro a região Sul estava em colapso, por isso, grupos de pessoas começaram a se cuidar. Nessa temporada tivemos aglomerações mas não como nos outros anos, não foi a mesma coisa. Dessa forma, a transmissibilidade começou a diminuir e os hospitais a esvaziar.

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Apesar de a região Sul ainda ter a menor taxa de ocupação de UTIs do Estado, os números começaram a aumentar na última semana. Segundo Trevisol, os municípios caminham para um novo aumento de casos, seguindo o exemplo do Oeste:

— A tendência é, assim como está acontecendo no Oeste de SC e em outros locais do Brasil, de aumento nas próximas semanas. Por isso a gente não pode relaxar de forma alguma. Já teve aumento de pessoas internadas em nossos hospitais — explicou o secretário da Saúde de Tubarão.

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As prefeituras da região afirmam estar monitorando os casos, fiscalizando os estabelecimentos para cumprimento dos decretos e se preparando para uma possível explosão de casos na região, assim como está acontecendo neste momento no Oeste de Santa Catarina.

— O estado inteiro precisa estar em alerta. A pandemia não acabou. A população precisa estar em alerta e evitar a disseminação do coronavírus. Ainda não temos todas as respostas, mas precisamos seguir as medidas sanitárias para que a transmissibilidade diminua — alerta o infectologista Raphael Farias.

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*Com supervisão de Raquel Vieira

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