Estudo da Fecomercio de São Paulo no último triênio aponta que 86% das famílias de Florianópolis estão endividadas. A capital catarinense ocupa o segundo lugar no país, atrás apenas de Curitiba, com 87%. A média nacional é de 57%.

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Os dados são da 7ª Radiografia do Endividamento das Famílias Brasileiras, realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). O estudo avalia principais aspectos, dimensões e efeitos sobre as famílias da política de crédito no Brasil entre 2014 e 2016. A análise foi feita com base em informações do Banco Central do Brasil, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Ouça as informações de Felipe Reis para a CBN Diário:

“Endividamento não é algo ruim. Significa que 86% das famílias conseguiram acessar o crédito. Florianópolis tem uma renda menor, mas melhor distribuida do que São Paulo”, explica o economista Fábio Pina, da FecomércioSP, em entrevista ao Notícia na Manhã deste sábado. Outra razão para a liderança da Região Sul (Porto Alegre é a terceira no ranking) é a taxa de desemprego, em geral menor do que no Brasil.

O valor médio mensal de dívida por família em Florianópolis atingiu R$ 1.817 em 2016, apenas R$ 40 acima da média das capitais (R$ 1.777). Em todas as capitais da Região Sul, o nível de comprometimento da renda com dívidas ficou muito próximo dos 30%, que foi a média nacional e o patamar considerado adequado pela entidade para não sinalizar risco de elevação da inadimplência: Curitiba (32%), Florianópolis (32%) e Porto Alegre (31%).

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Em relação à inadimplência, a proporção de famílias com contas em atraso em Floripa é de 27%. A média nacional é de 23%.

Para a assessoria econômica da FecomercioSP, a conjunção de crise econômica e aumento das incertezas, além da maior seletividade do sistema financeiro e das altas taxas de juros, levaram as famílias a reduzir fortemente a tomada de crédito, comprometendo o seu consumo de bens duráveis, principalmente, e gerando uma das maiores recessões de vendas na história do comércio varejista.

Nesses dois últimos anos, enquanto as operações de crédito no Brasil encolheram 12,2% em termos reais, as taxas médias de juros anuais cresceram 23,1 pontos. Ainda assim, por concentrar a segunda maior renda média do País e grande oferta de crédito, a Região Sul mantém alta taxa de endividamento.

Ranking Região Sul (2016)

1 – Número de famílias endividadas (porcentual)

Curitiba/PR – 551.086 (87%)

Florianópolis/SC – 148.037 (86%)

Porto Alegre/RS – 386.192 (71%)

Total das capitais – 8.868.963 (57%)

2 – Parcela da renda mensal comprometida com dívidas

Curitiba/PR – 32%

Florianópolis/SC – 32%

Porto Alegre/RS – 31%

Média nacional – 30%

3 – Valor médio mensal de dívida por família

Curitiba/PR – R$ 2.236

Porto Alegre/RS – R$ 2.093

Florianópolis/SC – R$ 1.817

Média nacional – R$ 1.777

4 – Porcentual de famílias com dívidas em atraso

Curitiba/PR – 29%

Florianópolis/SC – 27%

Porto Alegre/RS – 27%

Média nacional – 23%

5 – Variáveis de crédito

Número de famílias

Curitiba/PR – 632.461

Porto Alegre/RS – 546.540

Florianópolis/SC – 171.236

Total das capitais – 15.490.539

Renda média (R$)

Curitiba/PR – 7.026

Porto Alegre/RS – 6.704

Florianópolis/SC – 5.593

Média das capitais – 5.859

Massa de rendimentos (R$ mil)

Curitiba/PR – 4.443.484

Porto Alegre/RS – 3.664.250

Florianópolis/SC – 957.725

Total das capitais – 90.756.900

Participação da massa de rendimentos no total Brasil (%)

Curitiba/PR – 1,7%

Porto Alegre/RS – 1,4%

Florianópolis/SC – 0,4%

Total das capitais – 35,3%