Assim como a Capital Federal foi construída em meio ao vazio do Planalto Central, na década de 50, uma nova estrutura de 55 metros de altura está sendo erguida do zero. Grandioso, o Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha pretende se somar, agora, aos prédios históricos que projetaram a cidade como Patrimônio Cultural da Humanidade.
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Mas, após a Copa, o governo do Distrito Federal terá uma tarefa tão complicada quanto construir o colosso de 70 mil lugares: fazer com que não se torne um elefante branco.
Erguido no local onde ficava o antigo estádio, demolido em 2010, o Mané Garrincha será o palco do jogo inaugural da Copa das Confederações. A seis meses da abertura do torneio, o complexo está 84% concluído. Ao exibir seus traços, é apresentado aos turistas como “um monumento à altura da beleza, arquitetura e história” de Brasília.
O estádio receberá a abertura da Copa das Confederações, em junho do ano que vem, e também vai sediar sete jogos da Copa do Mundo de 2014. Mas nem por isso esconde a pretensão de ser utilizado além das competições esportivas. Como Brasília não tem tradição no futebol, a ideia do governo do DF é aproveitar os mais de 70 mil lugares disponíveis também para realização de grandes shows e eventos nacionais e internacionais.
Para isso, o novo Mané Garrincha terá uma passagem subterrânea que irá ligá-lo ao Centro de Convenções de Brasília, um espaço tradicional da cidade onde são realizados encontros de entidades de todo o país. A programação cultural será planejada por uma empresa especializada, que será contratada por licitação. Em breve, o Governo do Distrito Federal (GDF) pretende promover um edital de concorrência para definir o primeiro administrador do espaço, que terá a tarefa de encher o calendário de eventos.
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As autoridades do DF apostam no lobby junto à CBF para transferir alguns jogos do Campeonato Brasileiro para o estádio e compensar o fraco público de times como o Brasiliense. Em virtude da forma como os assentos foram distribuídos, os torcedores conseguirão ter visão completa de qualquer ponto do gramado, independentemente do lugar escolhido. O gramado foi rebaixado em 4,8 metros de sua altura original para que a menor distância entre torcida e campo fique em 7,5 metros.
Sustentabilidade
A preocupação com o ambiente também está presente na construção do novo estádio de Brasília. Além da utilização de garrafas PET doadas pela população para a construção dos assentos do complexo, todo o espaço será coberto por uma estrutura especial, revestida por uma membrana de 90 mil metros quadrados. Em contato com a luz solar, esta membrana produzirá um efeito capaz retirar da atmosfera gases poluentes em uma quantidade equivalente à produzida por cerca de mil veículos diariamente. O revestimento também permitirá a entrada de luz natural, sem aumentar o calor interno.
Com custo aproximado de R$ 800 milhões, o Estádio Nacional é erguido com verbas do Distrito Federal, que vendeu terrenos públicos na região. A obra é executada pelo consórcio Brasília 2014, formado pelas empresas Andrade Gutierrez e Via Engenharia.