A lista de inelegíveis para as eleições deste ano, que está sendo elaborada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), deverá ter um incremento de 32,6% em relação a 2010, ano do último pleito majoritário. A relação com o nome de 6,5 mil gestores públicos federais, estaduais e municipais que tiveram suas contas reprovadas nos últimos quatro anos será entregue em junho ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), órgão competente para declarar candidatos inelegíveis.

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De acordo com o presidente do TCU, ministro Augusto Nardes, o aumento se deve à reestruturação do tribunal, que digitalizou seus processos e passou a realizar auditorias de desempenho.

– Hoje, 40% da nossa força de trabalho já está direcionada para avaliar a qualidade dos produtos que o Estado oferece à sociedade, como saúde e educação – afirmou.

Durante sua passagem por Porto Alegre, o ministro inaugurou a sede reformada do TCU na Capital e também participou de uma conferência sobre governança pública.

– Temos que acabar com a história do jeitinho brasileiro. Precisamos estabelecer padrões de governança no Brasil. Muitas obras não acontecem porque não tem gente preparada para fazer os projetos de forma adequada. Este é o grande gargalo – defendeu em entrevista a ZH.

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Atrasos em obras da Copa deverão ser punidos

Faltando 16 dias para a abertura do Mundial, o ministro voltou a criticar o atraso na entrega de obras. Segundo ele, 43% das obras de mobilidade urbana não ficarão prontas, o que deve acabar em punições.

– Com certeza, haverá penalização de muitos gestores – disse, destacando que a fiscalização do TCU resultou economia de R$ 700 milhões no custo de obras da Copa.

Nardes afirmou ainda ter ficado “decepcionado”, como gaúcho, com o fato de Porto Alegre ter perdido R$ 450 milhões em obras de infraestrutura porque os projetos não foram aprovados. Para o ministro, faltou planejamento.

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– Aqui não está uma praça de guerra porque boa parte das obras não foram feitas – avaliou, repetindo a expressão usada há alguns dias para definir a situação de Cuiabá às vésperas do torneio.

Nardes defendeu que a Copa seja utilizada como lupa para que os erros não sejam repetidos nas Olímpiadas de 2016.