Enquanto caminha até a bolsa das raquetes em busca de um curativo para um corte no dedo indicador da mão direita da tenista Bia Haddad, o técnico Larri Passos não perde a oportunidade para alertar a pupila:

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– Por isso que eu digo que tenista tem que estar com as unhas sempre cortadas.

Com 55 anos, o mentor de Gustavo Kuerten não perde o fôlego e debaixo de um forte sol treina com paciência e dedicação uma das apostas do tênis nacional. Beatriz Haddad Maia tem apenas 16 anos e começa sua preparação para a carreira de profissional.

O Brasil Tennis Cup, que começa em Florianópolis no próximo sábado, é uma porta de entrada para garotas como Bia, que ainda estão em busca de espaço. Larri conhece bem esse caminho, que há 23 anos ele também traçou com Guga.

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Larri Passos mora em Balneário Camboriú, onde tem um centro de treinamento, e dirigiu 86 quilômetros para que Bia possa conhecer a estrutura e as quadras do Brasil Tennis Cup. A tenista paulista ainda não sabe se jogará o qualifying ou na chave principal, mas está motivada com a chance de jogar ao lado da torcida brasileira.

– Ela está treinando a quase 10 dias lá em Balneário com o mesmo piso e a gente veio para reconhecer e para sentir o clima. Porque na beira do mar tem mais vento. Durante a competição ela vai ficar aqui em Florianópolis, para se concentrar mais no campeonato – explicou.

Durante a uma hora de transito entre Balneário e a capital catarinense, Larri aproveitou para contar para Bia sobre os tempos de trabalho com Gustavo Kuerten.

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– Agora está mais tranquilo, a BR-101 está duplicada. Antes era mais complicado, demorava umas três horas. Eu estava explicando para ela que eu saia de lá às 6h30min e ficava na fila. Daí eu ligava para o Guga: “Começa a fazer a parte física”. Tinha sempre que ter um plano B. Mas, para quem ama tênis, não existem problemas.

Criar a cultura do tênis

Larri é um dos grandes nomes do tênis brasileiro e elogiou a atitude da Confederação Brasileira de Tênis, que trouxe para Florianópolis o Brasil Tennis Cup. No entanto, o treinador alertou que o Brasil deve manter a competição pelo menos 10 anos para ter o tempo necessário de criar a cultura do tênis.

– Espero que a gente consiga manter esse WTA aqui por uns 10 anos. Não adianta fazer dois anos e depois ele sair daqui. O projeto tem que ser mais longo. Foi até interessante, durante o treino com a Bia duas meninas chegaram a pedir informações do treinamento. A cultura não se faz em dois anos ela se faz em 10, 20 anos – defendeu.

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