O gramado pesado por causa da constante chuva em Joinville era bem diferente dos campos de futebol do Centro-oeste do Brasil, onde Zé Carlos Paulista brilhava antes de desembarcar no Ernestão. Em um primeiro momento, o mineiro, nascido em Minduri, estranhou o contraste nos estilos de futebol: o jogo mais físico e pegado do Sul poderia ser um problema para um atacante de apenas 1,77m de altura. Mas não foi preciso muito tempo para que o camisa 9 se adaptasse e caísse nas graças da torcida. Logo no primeiro ano com a camisa Tricolor, foram 32 gols.
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– O futebol era, sim, bem diferente. Lá chovia muito pouco e, aqui, o tempo todo. É claro que foi difícil no começo. Nos dois primeiros jogos, não fui legal. Mas a adaptação foi rápida, principalmente, por causa vontade de vencer na vida – conta.
O JEC descobriu Zé Carlos Paulista em 1979, quando enfrentou o Anapolina no Campeonato Brasileiro. O atacante foi o melhor do jogo, fez o gol da vitória por 1 a 0 do time goiano. Antes de contratá-lo, o Tricolor buscou referências com o técnico joinvilense Rubens de Freitas, que comandava o adversário. E o comandante não poupou elogios.
Os 22 tentos que marcou no Catarinense de 1980 foram suficientes para eleger Zé Carlos Paulista como o melhor atacante daquela edição do Estadual. No entanto, não o suficiente para ser o artilheiro, já que Nunes, do Rio do Sul, foi 25 vezes às redes.
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O Papagaio, como o atacante era chamado internamente pelo grupo, era um atacante diferenciado. A baixa estatura para um atacante de referência não foi obstáculo para que fizesse dez gols de cabeça no Catarinense.
No embalo do atacante, o JEC passeou no Catarinense. Foi campeão da primeira fase – a Taça Santa Catarina – e fez uma campanha quase impecável na segunda. Nos 14 jogos que antecederam a final contra o Criciúma, foram sete vitórias, seis empates e apenas uma derrota.
Na decisão, que só foi disputada em 1981 porque a CBF interveio para que fosse respeitado um período de férias no final de 1980, o JEC atropelou o Tigre e conquistou o tricampeonato consecutivo – o quarto de sua curta história.
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