A neve que passou por 107 cidades na última semana chamou a atenção de todo o Brasil. Os colunistas do Diário Catarinenses comentaram o fenômeno. Leia:

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Sérgio da Costa Ramos:

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Cruz e Sousa talvez tenha pressentido o Cambirela nevado: “a gemente sentinela que a tudo desgrenha e gela”. Referia-se ao vento sul, claro. Podemos dizer que vivemos o maior inverno de todos os tempos, com vento, chuva e neve. Valeu a transformação da nossa Baía Sul em Lago Léman, à beira de Genebra. Sim, em Floripa, no maciço “unificado” dos Alpes com a Serra do Tabuleiro. Custou cachecóis, luvas e ceroulas – cuecão de lã, comprido, atacado no tornozelo. Fora as “mantas” destiladas – um cowboyzinho Johnnie Walker, selo azul, e uma dose do conhaque Napoléon, em homenagem ao antigo rabo-de-galo do Bar do Goiano: mistura de cana com vermute. Mais uma feijoada e uma raclette, com queijos dos valões da Floripa suíça. Deu pra divertir os queixos e a retina: o frio foi bom, foi belo. O inferno, claro, foram as calorias…

Férias de julho agendadas e a promessa de um frio histórico. Fizemos a escolha de viajar para a casa da vovó, em Caxias do Sul, na Serra gaúcha. A previsão apontava 95% de chance de nevar por lá. Apesar da onda polar, uma das mais fortes dos últimos 50 anos, nenhum floquinho sequer. Viajamos 450 quilômetros para ver o fenômeno que caiu a apenas 10 minutos da nossa casa. Para a família Martini, neve só na TV.

Esta semana gelada me fez lembrar da infância em minha terra natal, Videira, quando o ar que sai da boca vira vapor, e as janelas das casas e apartamentos ficam embaçadas. Apesar das recordações e belas imagens de neve e geada, esta semana foi triste. É impossível não pensar em quem não tem agasalho suficiente para passar pelo frio.

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Mariana Paniz:

Para minha surpresa, morando numa Ilha tive a alegria de ver a neve contornando a cidade, no topo da Serra do Tabuleiro, na última terça-feira. Fugi do meu computador por uns minutos e fui contemplar a vista, aqui do alto do Morro da Cruz. A neve tão distante, tão esperada… de repente estava ali, se exibindo aos nossos olhos. Entre o céu e o mar. Um horizonte mágico! Como tudo nessa Ilha.

Roberto Alves:

A saída do estádio Orlando Scarpelli, após a eliminação da Copa do Brasil, foi dolorosa. Os termômetros marcavam seis graus com sensação térmica de quase dois, chuva fina, pé gelado como convém ao bom mané, e eu estava invadindo a madrugada mais fria dos últimos anos que vivi na ilha. Isso tudo sem contar a eliminação de um time catarinense na Copa do Brasil.