As principais transformações de Joinville nas últimas duas décadas foram destacadas na noite de ontem quando o jornalista Claudio Loetz conversou com empresários da cidade para relembrar o período em que está à frente da coluna de economia do jornal “A Notícia”. Durante cerca de uma hora e meia, ele analisou as mudanças econômicas e sociais do município e também os pontos mais importantes do Estado e do Brasil desde 1999. O bate-papo foi promovido na Acij para marcar os 20 anos de publicação da coluna que leva o nome do jornalista, que tem 40 anos dedicados à profissão, 29 deles na equipe do A Notícia. Após a fala do colunista, houve espaço para perguntas dos integrantes da mesa e do público.
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— Joinville passou por profundas transformações ao longo das duas últimas décadas. Saiu de uma economia marcadamente industrial para um novo momento no qual a área de serviços já predomina na formação da riqueza, e começa a deslanchar no campo da inovação e tecnologia, vetor essencial para o município manter sua posição de liderança no Estado, e seguir sendo um dos principais pólos econômicos do Sul do País — ressaltou o jornalista no início da palestra.
Presidente da Acij, João Martinelli deu início à reunião comentando que Cláudio Loetz é o jornalista mais longevo de "A Notícia" e que é conhecido pelo meio empresarial por estar sempre com o "caderninho" na mão buscando histórias.
— Ele não faz uma coluna baseada em índice de inflação, em tabela Fipe. Ele conta histórias ao falar das empresas da cidade e conta a nossa história — comentou Martinelli.
Mudança no perfil econômico foi destaque
Natural de Joinville, Claudio Loetz também promoveu uma análise sobre o momento atual de Joinville, em uma fase de transição na qual a necessidade de evolução na mobilidade, na infraestrutura e nas opções de cultura e lazer é latente e importante para a cidade que deve chegar, em breve, ao posto de segunda maior economia do Sul do País.
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Ao comparar os contextos econômicos da cidade quando a coluna foi criada, recordando cenários das principais empresas e dos setores mais fortes de Joinville, Loetz — que também tem formação em economia — demonstrou as mudanças de paradigma nas formas de trabalhar e gerar riqueza. Citou grandes empresas tradicionais, a chegada de multinacionais à região, o crescimento do setor de serviços e, finalmente, a instalação de parques tecnológicos para Joinville ingressar na nova era de revolução industrial mundial.
— A indústria terá de se reinventar com o advento da indústria 4.0, a inteligência artificial, o uso cada vez maior de robôs. E transformações velozes, a mudar estilos de negócios e padrões de vida da sociedade — avisou.
Ele ainda salientou que, ao mesmo tempo em que a cidade se direciona para áreas de negócios como biofármacos, novos materiais e tecnologia da inovação, os empregos tradicionais deixarão de existir para dar lugar a outros, em menor quantidade mas com remunerações mais altas. E ensinou: neste momento, é importante manter características como pensamento analítico e inovativo, aprendizagem ativa, inteligência emocional, originalidade e potencial para resolução de problemas complexos.
— O que vai ser decisivo, mesmo é algo simples, que todos falam há décadas, mas que será inevitável praticar, de fato: atender necessidades dos consumidores — concluiu.
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Claudio Loetz recordou pontos e situações da Joinville de 1999.
Confira algumas lembranças citadas em sua fala:
Em 1999, indústrias metalmecânicas, plásticas e têxteis dominavam os negócios e e os empregos. Atualmente, o setor de serviços é que mais emprega na cidade.
Em 1999, Joinville só tinha um shopping, inaugurado em 1994. O segundo só chegou há sete anos.
Em 1999, muitas lojas no Centro ainda fechavam entre meio-dia e as 14 horas.
Em 1999, a Acij funcionava no velho prédio Manchester, no centro da cidade.
Em 1999, a Via Gastronômica ainda não existia.
Entre 1999 e 2000, a Akros foi vendida para a Amanco (Mexichem).
Em 1999, o atual Perini Business Park era pouco mais do que uma ideia extravagante: hoje tem 200 empresas de mais de 20 nacionalidades instaladas detém 2% do PIB de Santa Catarina e responde por 21% da riqueza de Joinville.
Em 1999, Joinville quase não tinha multinacionais Hoje, há dezenas de companhias multinacionais instaladas na cidade.
Em 1999, os bairros mais distantes do Centro não tinham vida própria, à exceção do Boa Vista. Agora, se tornaram autônomos e seus moradores independem do centro para fazer compras, pagar contas. Aventureiro, Iririú e Vila Nova são exemplos para citar alguns.
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