Um dos principais atrativos do Festival Brasileiro da Cerveja são os lançamentos que demonstram as novas tendências do cenário cervejeiro nacional.
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Se em anos anteriores as cervejarias investiram em estilos mais lupulados e fortes como as Double IPAs, neste ano as abordagens são mais variadas, porém não menos ousadas.
Ainda raras no país, as cervejas com notas ácidas, entre elas as chamadas sours, ganharam destaque nesta edição. A cervejaria Way, de Curitiba, apresentou a linha Sour Me Not, cervejas de baixo teor alcoólico (3,5%) com adição de acerola, morango e graviola, que apresentam uma acidez que pode assustar os desavisados, mas que agrada a quem gosta do estilo. Já a Morada Wheat Wine Sour, também de Curitiba, é uma cerveja mais potente, com 9,3%, e além da acidez moderada possui notas amadeiradas.
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E a madeira também esteve bastante em evidência. A Das Bier, de Gaspar, trouxe a sua já tradicional Stark Bier, uma Strong Scotch Ale maturada em barris de carvalho. A Bodebrown, de Curitiba, levou nada menos do que cinco cervejas maturadas em barris de carvalho francês e americano, com destaque para a 4 Blés, uma Belgian Strong Dark Ale de 11,7% de álcool envelhecida em barril francês.
A adição de café não é uma novidade, com as já tradicionais cervejas escuras Colorado Demoiselle e a Mistura Clássica Stout Café combinando as notas torradas do malte e do café. Porém este ano duas cervejarias inovaram com o uso do ingrediente em estilos onde os sabores torrados não costumam estar presentes.
A paulista Dama Bier lançou a Imperial Coffee IPA, com 9% de álcool e adição de café 100% Arábica que equilibra com o lúpulo formando um conjunto bastante interessante. Mas a combinação mais inusitada é a da Hop Arabica, da Morada. A sua coloração clara não denuncia, mas o aroma apresenta notas intensas de café expresso, também presentes no sabor, que traz ainda caramelo e um leve amargor.
E quem acha que para ter personalidade a cerveja deve ter maior potência alcoólica deve prestar atenção nas Session Beers, que apresentam teor alcoólico na faixa dos 4% mas com bastante sabor. A mineira Wals apresentou a Session Citra com 3,9% de álcool e doses generosas de lúpulo Citra, que confere notas cítricas e frutadas a esta refrescante cerveja. A gaúcha Seasons lançou a Limbo, uma Session Stout de 3,6% de álcool e notas torradas e amargor moderado.
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As Witbiers vieram com tudo este ano, com quatro lançamentos nesta edição. O destaque ficou com a Schornstein Blanche de Maison, melhor classificada do estilo no II Concurso Brasileiro da Cerveja. Também foram lançadas a Bierland Oceânica, a Baden Baden Witbier e a Dum Grand Cru, Double Witbier com 8,8% de álcool.
Se estas tendências irão se consolidar ainda é difícil dizer, mas o certo é que o marcado brasileiro está cada vez mais diversificado e interessante.