Tu que vêsh a Figueira da Praça XV com aquele tronco que o cara leva uma cara pra dar a volta, aquele mundaréu de galhos sustentados, te acreditas que a árvore másh quirida de Flonópsh tinha uns 20 anos quando foi replantada ali onde tá dijaôji? Antes ela ficava marromenos onde é o Banco do Brasil, ali do ladinho da Catedral. Aí tu para e pergunta: meideiducéli, pra quê, pra quê: arrancar uma cavala daquelas e mudar de lugar? Já tinha um monte de raiz, pesada, pesada, pesada e daí plantar nem 100 metros pra frente?

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Hora estreia coluna escrita em Manezês, o dialeto de Floripa

Namoradô

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Tem algumas histórias, mas a másh massa é essa: a figueira atrapalhava a vista do governador da época, Oliveira Bello, que aliásh é o mesmo nome do Jardim da praça, hoje. Os malino dízi que, lá da janela do Palácio Cruz e Sousa (na época era Casa Rosada), o político ficava com o bagão do olho bem aberto só de butuca em uma tainha ovada que morava na outra esquina. Só que a Figueira, que já tava grande, atrapalhava a vista, aquele contato visuáli, tásh compreendendo? Daí o monxtro mandou trocar a árvore de lugar. Isso lá pra 1891, uns 20 anos adispôsh de a árvore nascer. Pra tu vê, hoje ela tá com uns 140.

Encagaçados

Além de ser difícil, a raça ainda era encagaçada. Diziam na época que se o cara deixasse uma figueira morrer, ele e másh duas geraçõnsh pra frente iam ser amaldiçados, que as bruxas iam atazaná o cara, talicôza. Tens uns que contam que os manés da época chegaram a contratar gente de fora pra fazer o seiviço. Mandaram uns gaúnchos só pra ver o que ia dar. Malinági, né, ô?

Foto: Betina Humeres/Agência RBS

Pomboca

Dimásh, dimásh a procissão das pombocas ali na Barra do Sambaqui no sábado passado. Os quiridus saíram em procissão da casa da dona Rosinha, tudo com pomboca e até tocha acesa, e foram bem degavarinho até um engenho que tem pra másh de 100 anos. Altos bingo, pastelzinho, sopa, rosca, bolo, talicôza, comidarada, comidarada e bingo bem bingo, de milho e dorreáu a cartela pra noite toda, não tem? Adishpôsh dízi que isso não existe másh. É só procurá, ô mazanza!

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Troféu tainha

Sôs caco, vocêgi tão ligado que tá acabando hoje oficialmente a temporada de pesca do peixe másh amado do manezinho, a tainha. Esse ano até que de bom. O que teve de fêma ovada não foi côza poca. E tu sabish onde másh pescaram tainha no arrasto? Na Barra: foram 26.740, rapázi! Por isso, os quiridus de lá, do Xinho, talicôza, vão receber o Troféu Tainha Lanço, criado pelo Instituto Costão Social.

Agora, já imaginasse a quantidade de farinha pra fazer pirão de nalho na hora de comer junto com toda essa tainha pescada na Barra?

“De que adianta derrubar a Hercílio Luz? Mesmo sem ponte, vai continuar tendo político mamando”

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