Coluna Os Manés: depois do guéri-guéri, o que a gente viu no Mercado Público num dia normal

Môsagrado, tu visse como foi a abertura da ala Súli, aquele mundaréu de gente, político, boi-de-mamão, um dia cheio de atraçõnsh, cozalinda mesmo. Agora os manés aqui vão te mostrar como é que foi o dia dôsh, normalinho, sem guéri-guéri.

Que nem Semana Santa

Marromenos no mesmo horário da abertura, só que ontem, tivemos lá na ala Suli. Tinha gente, gente, gente ainda. Não tava aquele passinho de procissão, mas um movimento que a raça da peixaria não dava conta. No primeiro dia, tinha másh curioso com o bagão do olho aberto do que comprando. No segundo, a raça foi neivosa pra comprar um peixinho, um camarãozinho. “Tá que nem semana santa”, disse um dos quiridus da Peixaria do Chico. Um mundaréu de gente da Palhoça desceu pra conhecer.

Quedê?

Se trezontônti o vão central tava socado, ontem ali pelo meio-dia não tinha másh de 20 pessoas almoçando, tomando um negocinho de leve.

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Hora estreia coluna escrita em Manezês, o dialeto de Floripa

E o Terminal velho?

De manhã ainda tava aquela marofa de peixe, apesar daquela montoeira de balcões vazios. Ficou pedaço de balança, talicôza. Deram uma limpada, mash ainda sobraram umas casquinhas de siri (só a casquinha, ô zolhudo) e umas vassouras velhas no fundo.

Operação antipombo

Nem uma cagadinha? Nem! O cara já pode passar pelo Mercado sem ganhar uma carimbada na blusa novinha passada pela mãe. A turma da prefa meteu umas taxinhas do mal nas beiradas e não tem másh nenhum pombinho bandido naquela área.

Côza linda, né? Másh segue reto toda vida em direção a Alfândega, mô quirido. Agora triplicou ali, e todos eles com mira a laser no furico.

Bigode? Não pode!

Já fásh uma cara que ali no Mercado o cara fazia muita venda no fio do bigode. Trocava farinha de mandioca por peixe, por feijão, talicôza. Agora, vô te dizê-te pra ti: além de não tê másh essas coisa, eles tão proibida. Já visse? Rapázi, é que agora, com esse mundaréu de mudança, uma das regras é que o cara que trabalha atrás do balcão não pode ter barba nem bigode. Regra sanitária, tásh compreendendo? Agora, vai convencer o quiridu que tem o estimado a vida toda? Tazárrombado!

Eles vão voltar

A festa foi uma baita, chope tava estalando, mas mané que é mané sentiu falta de uma coisa que, assim que o velinho lá de cima permitir, como diz o Miguel, vai voltar: o ambulante. O Mercado é cheio deles, e o cara mal consegue carcá pra dentro uma isquinha de peixe que já aparece um vendendo óculosh da óclei, relógio enrolex, amendoim torradinho, castanha, bilhete de mega-sena vencido, tem de tudo.

Elesh vão voltá, te aprepara!