Tu já sabe que um cara sem eira nem beira é um arrombado, que tem a vida toda escangalhada. Mas tu já parasse pra pensar de onde é que inventaram isso, hein ô? Rapázi, tem tudo a ver com o mundaréu de açorianos que veio pra Flonópsh, pra Santa Catarina e pro Brasil também, claro.
Continua depois da publicidade
Ixpia todas as colunas já publicadas!
Hora estreia coluna escrita em Manezês, o dialeto de Floripa
Ricaços
Continua depois da publicidade
Isso começou lá nas casas antigas, coisa de uns 300 anos atrásh. O cara que nunca vivia mal da bitaca, que sempre tinha um faz-me-rir, construía altas casa, com aquele guéri-guéri em cima, que nem um enfeite, a “Beira”. Se o cara era cheio do carvão mesmo, aí tinha até a tribeira, que era másh elaborada. Estica o pescoço, por exemplo, ali do lado da praça XV, onde tem a SPU, do ladinho do Teatro Armação. No calçadão também tá cheio e alguns inteiraços.
Quéx másh?
Tendêssi, né? E a “Eira”? A mesma ideia: o quiridu abonado era o que tinha um espaço de chão batido na frente de casa. Ali ele botava cereais, café, talicôza pra secar. Quanto maior a eira, másh dinheiro ele tinha. Tu podes tá dá um gúgli pra procurar sobre isso, mash ô, sh, ei, vásh acha um mundaréu de coisa confusa. Nósh, que não somo guri pequeno fomo no Joi Cletison, do Núcleo de Estudos Açorianos da UFSC. Vásh confiá másh em quem, ô, mazanza?

Altos
O mané careca aqui foi conferir o passeio que a ACIF organizou no Centro Histórico de Floripa. Tinha umas 45 pessoas na segunda edição e ó, sh, ei: dôsh paulistas, o Raphael e Natalia, déro um banho. Sabem másh que muito nascido na Carmela e crescido na farinha. Isso é pra ti que nasceu aqui, é mandrião, e acha que conhece tudo.
Continua depois da publicidade
Tainha
Só fásh um mêsh que acabou a temporada da tainha e nósh tamo aqui na sofrência. Só congelada até quase metade do ano que vem. Tempo dimásh!
Do lado
O Mercado tá altos, agora tá uma fila pro cara sentar, comprar uma ceiveja que meideducéli. Dica de fim de mêsh: vai nas beiradas que vai ter um quiridus vendendo gelada, kisuco e, claro, maracujá nosh córnu.