Coluna do Upiara: “A corrida de obstáculos do prefeito Eduardo Paes”

Em lamentável fase de comentários e piadas infelizes (os moradores de Maricá e os australianos que o digam), o prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes (PMDB-RJ) mira nas Olimpíadas que se iniciam na próxima semana o propulsor para um voo nacional. Se os Jogos forem um sucesso e a Lava-Jato não bater à porta, pode sonhar com a candidatura ao Planalto em 2018 pelo PMDB. Em caso de fracasso, terá de se contentar em disputar cadeira na Câmara, com sorte no Senado. Paes não se assusta com os problemas iniciais na Vila Olímpica, obra milionária e entregue cheia de problemas. No curto prazo, seu projeto precisa de Olimpíadas sem incidentes e livre de atentados, a exemplo do que foi a Copa do Mundo. Assim, talvez, consiga o improvável: fazer prefeito do Rio o amigo Pedro Paulo, acusado de agredir a ex-mulher. Como o peemedebista só disputará eleição em 2018, seu êxito também passa pela aprovação do legado olímpico. Se repetir o da Copa, que deixou obras inacabadas e alguns estádios deficitários para o contribuinte bancar, é melhor Paes desistir de pretensões presidenciais. Por ora, tropeçando na própria língua, ele está no início de uma corrida de resistência e com muitos obstáculos.

MORO I

Juiz dos casos da Lava-Jato na primeira instância, Sérgio Moro será o primeiro convidado a falar na comissão da Câmara que discute as 10 medidas de combate à corrupção. O magistrado será ouvido por deputados em 4 de agosto.

MORO II

Nome forte da força-tarefa da Lava-Jato no Paraná, o procurador da República Deltan Dallagnol falará na comissão especial em 9 de agosto. Outro convidado será o presidente da OAB, Claudio Lamachia. Deputados esperam que Moro, Deltan e Lamachia apontem as prioridades do pacote contra a corrupção.

POSIÇÃO

Em entrevista à Rádio França Internacional, a presidente afastada Dilma Rousseff afirmou que não pretende participar de eventos das Olimpíadas do Rio em “posição secundária”. Na abertura dos Jogos, a ideia do Planalto era reservar um camarote para a petista, separado da tribuna em que ficará o presidente em exercício Michel Temer.