Anunciado segunda-feira, o reajuste da tarifa de ônibus em Blumenau está previsto no contrato de concessão. É, portanto, legal e um direito das empresas concessionárias, apesar da reclamação geral. Neste caso, o aumento, de 10,6%, compensa apenas as perdas inflacionárias dos últimos 12 meses.

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Mas o que chama a atenção é o comunicado enviado pela prefeitura de Blumenau à imprensa justificando a decisão. Diz o texto: “o poder público optou pelo reajuste do valor ainda neste mês de janeiro, após reunião ocorrida nesta segunda-feira, dia 11, no Ministério Público do Trabalho onde as empresas concessionárias solicitaram o reajuste para contribuir na arrecadação do pagamento do salário dos trabalhadores do transporte coletivo.”

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Ou seja, dá a entender que o aumento da tarifa, bancado pelo usuário, será usado apenas para ajudar a cobrir o rombo das dívidas trabalhistas dos funcionários do sistema. O que mais frustra o cidadão nem sempre é o preço da passagem, mas a qualidade do serviço. As pessoas querem mais ônibus nas ruas, menos linhas lotadas, mais veículos refrigerados para suportar o calorão da cidade, pontos de embarque com estrutura adequada e segura e pontualidade nos horários. Se 2016 será um ano para virar a página da situação do transporte coletivo, como diz a prefeitura, que tal começar dando mais atenção a essas questões?

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