A relação de Blumenau com o Itajaí-Açu, tão íntima no passado, há tempos enfrenta uma crise. O rio caudaloso, que foi o responsável pela colonização do Vale, acabou associado a enchentes e à destruição pela insistência em deixar a calha. Marginalizado, ganhou fama de vilão.
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Nos últimos anos, as barragens minimizaram a problemática das cheias e ações de saneamento ao longo de todo o curso do Itajaí-Açu reduziram os índices de poluição. Já está mais do que na hora de retomar o papel de protagonista – e é esta a proposta do Festival Blumenau a Bordo, que a Ablutec, a agência Projecta e Associação Náutica Acatmar apresentam nesta sexta-feira no Biergarten.
O Festival vai ocorrer nos dias 5 e 6 de novembro, com uma série de opções gratuitas para resgatar o apreço do blumenauense pelo lazer no rio. Vai ter caiaques, jet skis, curso básico de remo, test drive de embarcações e flyboard, aquele jato que permite “voar” sobre as águas.
Para o secretário de Turismo de Blumenau, Ricardo Stodieck, é o início de um projeto mais amplo, que é oferecer pontos de visitação ao longo do Itajaí-Açu para que se tornem atração turística – uma embarcação poderia sair da marina em Itajaí, por exemplo, e navegar até Blumenau para passar o dia.
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Presidente da Acatmar, Mané Ferrari diz que devolver a cultura náutica ao interior do Estado é uma das apostas da associação. Mostrar, principalmente, que não é preciso uma grande lancha para garantir a diversão na água.
– Queremos mostrar que, se tratarmos bem o rio, podemos transformá-lo – diz.
Exemplos bem sucedidos não faltam. Como o Riverwalk de Chicago, nos Estados Unidos, que incentivou não apenas a navegabilidade, mas também a contemplação nas margens. E Itajaí, que redescobriu nos eventos náuticos o amor pela foz do Itajaí-Açu.