A insegurança nos arredores da Univali de Itajaí não é novidade e a falta de solução para um problema de tanto tempo – há dez anos a repórter que vos escreve era uma aluna já preocupada com a própria segurança na espera pelo ônibus – mobilizou os estudantes. Cansados de serem alvos de crimes na região, os alunos se reuniram ontem para protestar por mais segurança no local.
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::: Leia outras informações de Dagmara Spautz
Até o fim da tarde desta quinta-feira o evento “Cadê a Segurança, Univali?”, que convocava os acadêmicos, tinha 884 participantes confirmados. Eles se reuniram no Bloco F e depois seguiram em passeata até a reitoria pela parte externa do campus, ao longo da Avenida Vereador Abraão João Francisco (a Contorno Sul). O local é considerado um dos mais inseguros, pois é onde muitos se concentram nos horários de entrada e saída e acabam se tornando vítimas dos assaltos. Para fortalecer o protesto, uma petição online foi criada solicitando que o reitor Mário Cesar dos Santos exija rondas periódicas nas entradas e saídas dos alunos, na Rua Uruguai e na Contorno Sul, “englobando o trecho mais crítico, entre a Univali e a rotatória da intersecção com a Rua José Siqueira”. O documento já tinha alcançado 1.016 assinaturas até às 17h40min de ontem.
Na quarta-feira, um assalto a um grupo que esperava o ônibus em um ponto da avenida deu ainda mais voz ao movimento. Cinco pessoas tiveram celulares roubados e um dos bandidos teria fugido por dentro do campus. Em nota, a universidade declarou que disponibilizou as imagens das câmeras de monitoramento à polícia e que “realiza trabalho preventivo de revisão e melhoria contínua em seu sistema interno de segurança”, destacando a instalação de câmeras, reforço na iluminação pública dos arredores e construção de uma plataforma elevada para uma viatura da PM, ações que, segundo a instituição, ajudaram a evitar crimes dentro do campus. A nota ainda reforça que a situação da segurança pública é crítica em todo o país e sugere cuidados aos alunos.
Que a reitoria e as autoridades compreendam o apelo dos estudantes e deem atenção à causa, entendendo que a questão vai além de iluminação e monitoramento. A universidade não pode dar as costas à sua determinação e vocação comunitárias, se isolando da comunidade, assim como a população e o poder público não podem esperar que a instituição solucione o problema sozinha.
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*Por Aline Camargo