Na função de presidente interino, Michel Temer enfrenta o mesmo problema que Dilma Rousseff: aprovar, em ano de eleições municipais, uma agenda impopular de cortes e reformas.

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Sem aclamação popular, apesar da maioria no Congresso, Temer terá dificuldades. Quem era contra a reforma da Previdência e a volta da CPMF com Dilma, em tese, manterá posição. Ou era apenas discurso para desgastar o PT? O primeiro incômodo da nova gestão veio nas falas de ministros sobre adoção da idade mínima para aposentadoria ou alongamento do período de contribuição.

O deputado Paulinho da Força (SD-SP), um dos próceres do impeachment, resmungou. Para conter ânimos, Temer reúne, hoje, centrais sindicais. Vai pregar o diálogo, mesma bandeira de Dilma. A petista defendeu a reforma da Previdência, criou um fórum para discussão, mas seu ministro, Miguel Rossetto, era contra a idade mínima, tema que espanta parlamentares. Antes de emplacar propostas impopulares, Temer terá de encontrar outras maneiras para reduzir o rombo fiscal.

Equipe I

Lideranças do PTB, como o deputado Luiz Carlos Busato (RS), foram acionadas em busca de sugestões para os cargos do Ministério do Trabalho.

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Equipe II

Secretário de Atenção à Saúde no governo Dilma, Alberto Beltrame é cotado para ser o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário. Peemedebista, Beltrame é próximo do novo ministro Osmar Terra (PMDB-RS).

Suspende

O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) pediu para que a PGR suspenda e investigue a indicação de Ronaldo Nogueira (PTB-RS) para o Ministério do Trabalho, que abriu vaga na Câmara para Cajar Nardes (PR-RS). Cajar é irmão do ministro do TCU, Augusto Nardes, relator das contas de Dilma em 2014. Pimenta vê “aparência de cumprimento de acordo político”.

Reuniões

O PT abre a semana com reuniões em Brasília para discutir como defender o mandato de Dilma e o futuro da sigla. Para hoje está previsto encontro da executiva nacional. Amanhã deve se reunir o diretório.