*Coluna do interino Guilherme Mazui

Nos planos do Planalto, o impeachment se confirma até o final do mês e Michel Temer, garantido como presidente, mostra sua fome por concessões e privatizações. O governo avalia se adia ou mantém para o dia o 25, quando começa o julgamento de Dilma Rousseff no Senado, o anúncio do desenho de seu pacote. Será a hora de ver o que Temer pretende repassar à iniciativa privada. É certo que o plano será mais abrangente do que foi na Era Dilma. Estatais do setor elétrico estão na fila da privatização. No fim de semana no Rio de Janeiro, Moreira Franco, responsável pelo Programa de Parcerias de Investimento (PPI), negou a intenção de privatizar Banco do Brasil e Caixa, mas indicou a possibilidade de repassar as loterias, ideia já estudada por Dilma. Nas ferrovias, chineses têm interesse no trem-bala e na Bioceânica, enquanto russos avaliam a Norte-Sul, incluindo um novo trecho até o porto de Rio Grande. Os planos de Temer são ousados, assim como foram os de Dilma. A petista anunciou dois pacotes de concessões que só deslancharam nos aeroportos. Efetivado, Temer terá o desafio de materializar os projetos em um país acostumado a anúncios grandiosos que ficam no Power Point. A conferir se desta vez será diferente.

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Aeroporto

A próxima reunião do programa de concessões do governo federal vai reforçar o anúncio do leilão do aeroporto de Florianópolis. Nos bastidores, há otimismo para o sucesso do pregão.

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A equipe econômica de Temer conta com o empenho e a liderança de Raimundo Colombo diante dos demais governadores para impulsionar a aprovação da PEC do teto de gastos, que terá de passar por Câmara e Senado. O catarinense é considerado um dos poucos governadores que, de fato, defende a redução de custos da máquina estatal.

Conversas

Para desfazer os comentários de rusgas entre as áreas econômica e política do governo, o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) garantiu que a mudança do texto do projeto da renegociação da dívida dos Estados foi discutida pelo deputado Esperidião Amin (PP-SC) com o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) e o presidente interino Michel Temer.