Michel Temer tem o desafio de fidelizar a base e fazer andar o governo. Precisará do próprio PMDB, que vive momento chave. A coalizão de Temer no Congresso era fechada no objetivo de tirar Dilma Rousseff. Feita a cassação, os interesses se dissipam e a fome por cargos avança. Nas conversas de cafezinho, o que mais se reclama é da demora em nomeações. Na Casa Civil, Eliseu Padilha indica que o assunto é com a Secretaria de Governo de Geddel Vieira Lima, alvo de críticas sobre uma eventual prioridade para os cargos da Bahia, seu reduto eleitoral. Quem imaginou que a queda de Dilma daria um fôlego na base se enganou.
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Em quatro meses, a gestão Temer é mais atenciosa, mas também coleciona resmungos. Conseguirá o presidente afinar discurso de ajuste fiscal e prática (sem aumentos para o topo da pirâmide do funcionalismo), conforme pedem PSDB e DEM? Conseguirá o presidente enquadrar todas as alas do PMDB? Aliás, o partido tem um desafio que há décadas não vivia: pilotar o governo. Já não poderá apenas votar contra ou favor no Congresso e palpitar sobre atos de presidentes alheios. O PMDB demonstra eficiência ou corre o risco de voltar a ser apenas o partido da governabilidade.
Horizonte
Empenhado na tarefa de conseguir um ministério para chamar de seu, o Solidariedade trabalha com a possibilidade de êxito depois das eleições municipais, mais tardar em janeiro. Ficaria com o recriado Desenvolvimento Agrário. O partido já controla a secretária da área na Esplanada.
Vai ou racha
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Um dos deputados investigados desde março de 2015 entre os nomes do inquérito-mãe da Lava-Jato, o deputado Luis Carlos Heinze (PP-RS) pediu no STF, com base no preceito da razoável duração do processo, para que a investigação seja agilizada. A PGR denuncia ou tira o deputado do inquérito. O pedido pode influenciar o destino de outros políticos, como João Pizzolatti (PP-SC).
Semana
Com um feriado na quarta-feira, a semana é de pouco trabalho na Câmara. Muitas sessões de debates, audiências públicas e nada de votações. Já o Senado marcou para quinta-feira a votação de duas medidas provisórias que correm o risco de perder o efeito.