Por Guilherme Mazui

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, tomou a decisão que estava ao seu alcance para evitar a paralisia prolongada da Lava-Jato: pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) urgência na homologação das delações de 77 executivos e ex-executivos da Odebrecht. A solicitação formal permite que a ministra Cármen Lúcia, presidente da Corte, adote as medidas capazes de minimizar o atraso na operação provocado pela morte do relator Teori Zavascki.

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A magistrada também dá sinais de que não quer perder tempo. Determinou que a agenda de depoimentos dos executivos da empreiteira seja mantida. Com isso, os juízes auxiliares do gabinete de Teori seguem os trabalhos. Por ora, reside a dúvida se Cármem Lúcia puxará para si a responsabilidade pela homologação ou se deixará a missão para o futuro relator, que só deve ser definido depois do fim do recesso do Judiciário, na próxima semana.

Outros ministros entendem que é preciso aguardar o novo relator. Diferentemente dos processos envolvendo pessoas sem foro privilegiado, que correm rapidamente na Justiça Federal do Paraná, no STF o trâmite é mais lento. Daí a preocupação em não alongar o período de chancela da delação, que é apenas um dos primeiros passos da investigação.

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A partir do conteúdo dos depoimentos, a PGR pedirá a abertura de inquéritos contra parlamentares, ministros de Estado e governadores, solicitações que serão aceitas ou rejeitadas pelo relator. Será difícil ver a delação homologada até o final de fevereiro.