Por Guilherme Mazui, interino

Desgastado pelo caso do ex-ministro Geddel Vieira Lima, que defendeu no governo seus interesses imobiliários, o presidente Michel Temer usou o gogó para tentar virar a maré de más notícias. Em uma coletiva ao lado dos presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Renan Calheiros (PMDB-AL), garantiu: não haverá anistia do caixa 2.

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Ainda deu um recado aos deputados insistentes, afirmando que “seria impossível” não vetar tal proposta, articulada para entrar nas medidas anticorrupção, que devem ser votadas amanhã na Câmara. Temer tomou uma atitude que vai ao encontro do desejo dos brasileiros, mas, como a fase anda difícil, a boa nova não foi o único tema da entrevista. Geddel e o ex-ministro Marcelo Calero assombram. Questionado se tratou de interesses pessoais de Geddel, Temer disse que arbitrou divergências entre o Iphan e o Iphan da Bahia. As divergências desagradavam a Geddel.

Já Calero foi criticado. “Um ministro gravar o presidente da República é gravíssimo, quase indigno”, disse o peemedebista. Atacar a imagem de Calero não tem dado certo. Na coletiva, Temer ainda teve o mérito de admitir fatos óbvios que nem sempre os governantes admitem. Reconheceu a demora na saída de Geddel e a “preocupação” com a delação da Odebrecht. Reconheceu que a turbulência está longe do final.

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