Ao suspender a Operação Métis, que prendeu policiais legislativos com a suspeita de obstrução da Lava-Jato, o ministro Teori Zavascki ajudou a apaziguar os ânimos entre os três poderes. A decisão saiu na véspera da reunião que coloca na mesma mesa Michel Temer, Renan Calheiros, Rodrigo Maia, Cármen Lúcia e Alexandre de Moraes.

Continua depois da publicidade

Mais do que discutirem a segurança pública, tema oficial do encontro, os presidentes da República, Senado, Câmara e Supremo Tribunal Federal, mais o ministro da Justiça e outros colegas de Esplanada, tentarão demonstrar harmonia. Teori congelou a investigação da Polícia Federal, remeteu o caso da Justiça Federal para o STF e pediu explicações do magistrado Vallisney Oliveira, que autorizou a ação e foi chamado de “juizeco” por Renan.

Por tratar de senadores, a operação deveria ter sido autorizada pelo STF. A decisão auxilia Temer, que depende da boa vontade de Renan para ver a PEC do teto de gastos avançar no Senado. Falando em gastos, a confusão levanta a necessidade de discutir atribuições e orçamento da polícia legislativa. Afinal, senadores usaram serviço custeado pelo contribuinte para ter arapongas de luxo, com interesse público zero.