A adesão reduzida aos protestos a favor e contra o impeachment não surpreendeu. Já era algo aguardado. Pelo visto, o clima nos corredores do Congresso, que volta aos trabalhos a partir de hoje, tabela com o verificado em ruas pelo Brasil. Parlamentares de diferentes partidos, da base ou de oposição a Michel Temer, admitem que as chances de Dilma Rousseff escapar da cassação são pequenas. O quórum baixo nas manifestações indica que parte da população que protestou em meses anteriores, para empurrar ou tentar conter o processo contra a petista, concorda que a perda do mandato parece inevitável. Também pesa na baixa adesão a distância para a votação definitiva do impeachment.
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O Senado vota na próxima semana a pronúncia do caso, quando dirá se há ou não elementos para ocorrer o julgamento, o que tende a ser aprovado sem dificuldade. A palavra final só sairá em setembro. Em um cenário com desfecho previsível, não anima sair de casa em um domingo de agosto para protestar a favor ou contra algo que só deverá ocorrer no mês seguinte. Talvez, o avançar do calendário para setembro poderá animar os dois lados da disputa por poder que monopoliza o Brasil em 2016. Talvez, quando setembro chegar, multidões de brasileiros protestem novamente nas ruas, contrários a Temer ou a Dilma.
Retorno (1)
A Câmara retorna hoje do recesso parlamentar com chance de votar o novo acordo da renegociação da dívida dos Estados com a União. A reunião de líderes no início da tarde define se a votação ocorre ainda hoje ou amanhã.
Retorno (2)
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O Senado retoma as votações amanhã. Na pauta, consta o projeto que aumenta os salários da Defensoria Pública da União. Também amanhã há previsão de sessão do Congresso Nacional. Em ritmo de campanha eleitoral, será um desafio para o governo Temer garantir quórum.
Ensaio
Os balões de ensaio que lançam a candidatura de Michel Temer ao Planalto em 2018 servem para contrapor comentários de que o presidente interino estaria “cansado” com a intensa rotina de compromissos. Temer só será candidato à reeleição se Dilma Rousseff for cassada e se ele chegar em 2018 com popularidade e aprovação em patamares altos.