Por Guilherme Mazui, interino

A aprovação da renegociação da dívida dos Estados sem as contrapartidas rígidas exigidas pelo governo Michel Temer foi uma derrota do ministro Henrique Meirelles (Fazenda) e uma vitória do deputado Esperidião Amin (PP-SC). Também foi um revés Temer no Congresso, terreno no qual tem tido sucesso.

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Relator na Câmara da renegociação da dívida dos Estados com a União, Amin conduziu com habilidade e paciência o acordo entre dissidentes da base e oposição, que viabilizou a aprovação do projeto no último dia de sessões antes do recesso parlamentar. A articulação do catarinense peitou Meirelles e esfriou a tentativa do governo de derrubar a sessão.

A insubordinação da base liga o alerta para a discussão da reforma da Previdência, em 2017. Temer e sua equipe econômica não tiveram força para impor no programa de recuperação fiscal contrapartidas como a proibição de aumento de servidores e de realização de novos concursos.

Terão condições de mexer nas regras das aposentadorias? Voltando ao projeto da dívida com a União, para Santa Catarina era importante chancelar o alongamento do carnê e a carência de seis meses, já aproveitada, nos pagamentos das parcelas, que sobem de forma gradativa até 2018.

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Já a recuperação fiscal, concebida para Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais, não está no radar do governador Raimundo Colombo. O Estado já quitou o 13º do funcionalismo e antecipou o pagamento da folha, ou seja, vive situação singular no país.