O governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo (PSD), descartou a possibilidade de vender estatais ou fazer mudanças em relação a benefícios dos servidores públicos estaduais até o fim de sua gestão. O pessedista foi à Assembleia Legislativa na manhã desta quinta-feira apresentar a mensagem anual em que resumiu a situação do Estado e defendeu reformas em nível nacional.
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Ao final do evento, Colombo afirmou que, apesar das dificuldades na arrecadação, o Estado encontrou um ponto de equilíbrio e que não deve tratar de questões polêmicas. Ao longo do segundo mandato, ele chegou a criticar direitos dos servidores como licenças-prêmio e triênios.
— Essas questões têm que ser discutidas por um novo governo. Tanto a questão de ativos, quando mudanças em relação aos servidores. Nesta fase encontramos um equilíbrio que é saudável — disse Colombo.
O governador também reafirmou estar tranquilo em relação à homologação das 77 delações premiadas de executivos da empresa Odebrecht. O nome de Colombo consta em planilhas apreendidas junto a um ex-executivo da empreiteira em uma das fases da Operação Lava Jato.
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— Reafirmo a situação de Santa Catarina. Não há obra, não há contrato, não há um pagamento (à Odebrecht). Em relação às ações da Casan, não foi vendida uma ação. Se tiver alguma coisa (nas delações), vai mostrar exatamente isso. É fácil de provar, esses são os elementos reais dessa relação — afirmou.
Em sua mensagem anual, Colombo falou por meia hora aos deputados estaduais. O governador ressaltou que 2016 foi um ano difícil, com arrecadação de R$ 1,5 bilhão a menos do que planejado. Ressaltou a importância da renegociação da dívida com o governo federal e a reforma da previdência estadual no final de 2015 para o enfrentamento desse momento de crise. Ressaltou que as mudanças na previdência catarinense têm sido usadas como exemplo no debate nacional sobre o tema.
— Tudo que se quer fazer no Brasil, este parlamento e os órgãos de governo já fizeram. Não tenho dúvidas de que daqui 20 ou 30 anos todas as pessoas que discutirem a questão da previdência vão reconhecer a coragem de todos os órgãos que compõem o Estado catarinense — afirmou.
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Colombo também disse que todos os órgãos de governo conseguiram fechar as contas em 2016, com exceção da saúde “que teve uma explosão de demanda”. Ressaltou a decisão de não aumentar impostos e fez um resumo sobre a situação de cada setor da economia do Estado e comentou a decisão do presidente norte-americano Donald Trump de romper a Parceria Transpacífico — acordo de livre comércio entre 12 países banhados pelo Oceano Pacífico.
— Todo mundo pode questionar o presidente Trump, e eu também estou assustado, mas a verdade é que a partir do momento em que ele detonou o acordo transpacífico ele nos dá uma segurança maior sobre a questão das exportações — afirmou.