Em Brasília para discutir a “crise da carne”, deflagrada após a Operação Carne Fraca na última sexta-feira, o governador Raimundo Colombo criticou a forma como o assunto foi apresentado pela Polícia Federal. Antes de uma reunião com o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, Colombo disse que o trabalho agora será árduo para manter os mercados conquistados por Santa Catarina ao longo dos últimos 50 anos.

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— Estamos em contato com as embaixadas e o Ministério da Agricultura para fazer um trabalho conjunto. É um processo que afeta o país, e Santa Catarina é um dos estados mais afetados. Um quarto das nossas exportações é de proteína animal, principalmente frango e suínos. O mercado externo é fundamental para nós — disse.

Colombo reconheceu que a imagem do Brasil ficou arranhada com a operação, mas que o processo pode ser revertido “com trabalho”. Ele também disse que espera que os danos possam ser minimizados no curto prazo:

— Nossa expectativa é de que isso seja passageiro, muito curto, porque senão as consequências serão dramáticas, terríveis. Nós estamos na fase de consertar o estrago.

O governador catarinense ainda criticou o espetáculo criado pela PF durante a operação e disse não ser verdade declarações de que havia papelão misturado na carne ou que ela estava podre.

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— Quando a própria autoridade pública (PF) diz que foi misturado papelão na carne e que ela estava podre, não tem como as pessoas não adotarem uma posição de cautela. É compreensível. O nosso papel é esclarecer e dizer que não era verdade isso, o que está ficando claro. Isso já se reverteu. Agora isso precisa chegar aos mercados, que são exigentes.

Colombo lembrou ainda que o Estado exporta para 120 países e que no Japão, por exemplo, 90% da carne de frango consumida no país vem do Brasil, com a maior parte disso produzida em Santa Catarina. Agora, a concorrência deve aumentar:

— A realidade que se altera, porque você também tem concorrência, pessoas que estão buscando um espaço que a gente já tinha ocupado. É preciso ter paciência.

Ao fim da reunião com o ministro Maggi, Colombo afirmou que há um foco especial nas conversas com a China, que barrou temporariamente a importação de carne brasileira. Segundo o governador, o impacto em Santa Catarina ainda não pode ser dimensionado, porém os frigoríficos estão reduzindo os abates para diminuir estoques.

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