A guerrilha comunista das Farc lançou neste domingo, em Cuba, um alerta pelos maus-tratos que seus membros presos na Colômbia estariam enfrentando, e denunciou que vários deles estão em greve de fome há 13 dias.
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Quase simultaneamente, o governo da Colômbia anunciou em Bogotá um indulto a 30 guerrilheiros, como “gesto de confiança” em meio à negociação de paz em andamento há três anos com a organização guerrilheira em Cuba.
O negociador de paz das Farc Ricardo Téllez denunciou a superlotação, “falta de atendimento médico e os maus-tratos” enfrentados pelos rebeldes nas prisões colombianas.
“Lançamos um pedido de socorro à opinião pública nacional, porque, hoje, compeletam-se 13 dias de uma greve de fome que o governo quer silenciar. Este protesto acontece em 20 prisões do país”, assinalou Téllez.
O líder rebelde, que pertence à delegação que negocia um acordo de paz com o governo colombiano, acrescentou que “mais de 9,5 mil presos estão à deriva, sem atendimento médico, enfrentando a superlotação em 350 prisões do país e, às vezes, resistindo à repressão dos guardas. Os maus-tratos continuam acontecendo.”
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Segundo Téllez, um número indeterminado de presos está há 13 dias em greve de fome. Em um comunicado divulgado em Havana, as Farc também denunciam a existência de “80 presos em situação de urgência, dos quais 11 se encontram em estado grave e correm risco de vida.”
Neste sentido, a guerrilha pediu ao governo “a libertação daqueles que já não representam uma ameaça para o Estado”.
Entre os 30 membros das Farc presos pelo crime de rebelião que receberam indulto hoje, “não há autores de crimes graves”, segundo o governo. Este primeiro grupo de rebeldes favorecidos pela medida participarão de um programa especial, em que receberão apoio social e profissional.
O governo Santos também anunciou hoje a formação de brigadas de saúde para verificar a condição de “106 membros das Farc ainda em prisões e penitenciárias do país, que terão à disposição o necessário para um atendimento adequado”.
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Também serão criadas “áreas especiais dentro das prisões”, para onde serão levados os integrantes do grupo guerrilheiro que estejam detidos ou condenados, “a fim de facilitar a análise de sua situação jurídica, como preparação para a sua futura reintegração à sociedade”.
vel/rd/lb