As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) estimaram, nesta sexta-feira, ter ao menos 325 milhões de dólares em capital, incluindo terrenos, rebanho, armamento e dinheiro, ao fim do conflito armado que a hoje ex-guerrilha travou por meio século.
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A organização, que concluiu o desarmamento de seus 7 mil combatentes em 15 de agosto como parte de um acordo de paz com o governo, publicou o inventário de bens e ativos que entregou a uma missão das Nações Unidas.
O pacto fechado com o presidente Juan Manuel Santos em novembro passado prevê que a fortuna declarada pelos rebeldes contribua para indenizar as vítimas das disputas com o Estado, que também envolveram narcotraficantes, guerrilhas e grupos ilegais de extrema-direita.
“Mais uma vez, com a entrega do inventário de bens e ativos, as Farc continuam cumprindo de maneira estrita o acordo”, disse Pastor Alape, dirigente da organização que em breve vai passar a ser um partido político.
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O inventário revelado pelas Farc inclui imóveis, veículos, gado, cavalos, armamento, equipamentos, dólares, ouro e as obras públicas em suas zonas rurais de influência.
Os ex-guerrilheiros avaliaram seu capital em quase um bilhão de pesos, mais de 450 mil dólares e 267.520 gramas de ouro, equivalentes a cerca de 325 milhões de dólares.
As Farc financiaram sua luta pelo poder com atividades ilegais como o tráfico de drogas e sequestros.
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O procurador-geral da Colômbia, Néstor Martínez, questionou a transparência do inventário com o argumento de que seria menor que o que aparece em suas investigações.
Alape, por sua vez, acredita que o funcionário quer obstruir a implementação dos acordos e disse que as Farc colaboraram com o governo para verificar a lista.
Diante das dúvidas do Ministério Público, o governo colombiano criou, nesta quinta-feira, uma comissão para verificar o inventário e advertiu que vai expropriar qualquer bem que não tiver sido declarados pelos ex-guerrilheiros.
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Se alguém tiver ocultado bens, poderá ser processos por suspeita de lavagem de ativos.
As Farc depuseram as armas em troca de se tornar um partido político legal e de receber penas alternativas à prisão se confessassem seus crimes, reparassem as vítimas e se comprometessem a nunca mais exercer a violência.
* AFP