As autoridades colombianas capturaram nesta quarta-feira quatro executivos de alto escalão por seu suposto vínculo com o escândalo dos chamados “Panama Papers”, anunciou a Procuradoria.
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Em 2016, um grupo de meios de comunicação revelou que da empresa de advocacia panamenha Mossack Fonseca, epicentro do escândalo, foram constituídas uma infinidade de sociedades pouco transparentes em todo o mundo, algumas das quais teriam sido usadas para evadir impostos ou lavar capitais provenientes de atividades ilícitas.
Entre os capturados nesta quarta-feira está o equatoriano Juan Esteban Arellano, representante legal da Mossack Fonseca na Colômbia, a quem a Procuradoria atribui os crimes de lavagem de dinheiro, associação criminosa, enriquecimento ilícito e falsidade em documento particular.
As autoridades capturaram também a empresária Luz Mary Guerrero, representante legal das empresas “Efectivo” e “Circulante”, assim como Sara Guavita, representante legal suplente da empresa transportadora “Servientrega”, e Jorge Humberto Sánchez, revisor fiscal da “Efectivo”.
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Como parte de seus serviços, o escritório na Colômbia da Mossack Fonseca cobrava comissões em troca de oferecer uma “elaborada rede financeira e societária” para vender “faturas falsas a empresas colombianas por parte de sociedades no exterior”, explicou a Procuradoria em comunicado.
A investigação “comprovou que as sociedades estrangeiras eram meras fachadas controladas pela Mossack Fonseca”, acrescentou o organismo, que agradeceu a colaboração das autoridades panamenhas.
Ao menos 14 sociedades colombianas incorreram em atividades para falsificar a sua contabilidade e manipular suas declarações de impostos, e a investigação em curso envolve seus representantes legais, contadores e revisores fiscais, acrescentou a Procuradoria.
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A investigação internacional que revelou os “Panama Papers” foi fruto de milhões de documentos vazados.
Personalidades e governantes de todo o mundo foram mencionados pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos e pelo jornal alemão Süddeutsche Zeitung.
* AFP