Para a especialista em Psicologia do Trânsito Ivana Paula de Souza o melhor comportamento a ser adotado é a direção defensiva, em que o motorista respeita as regras para evitar ou minimizar acidentes. Para se ter estradas menos violentas o pedestre também tem de fazer a sua parte.
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– É preciso se colocar no lugar do outro, exercitar a empatia. Isso pode evitar acidentes – explica.
Ivana acredita que o tamanho das cidades interfere no trânsito. A lógica é simples: quanto mais carros nas ruas, maior a possibilidade de colisões. Ainda assim, segundo ela, a maioria das batidas é causada por falha humana, o que envolve, entre outros fatores, negligência e falta de cuidados.
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Muito da agressividade no trânsito, de acordo com a especialista, é resultado do status que os automóveis passaram a oferecer às pessoas:
– Houve uma deturpação de valores. O carro não é mais visto como um meio de encurtar distâncias, passou a ser extensão do próprio corpo. Tornou-se uma forma de mostrar poder e o que se tem.
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Opinião: “Acidente é a infração que não deu certo”, por Márcia Pontes, educadora de trânsito e coordenadora estadual do Movimento Internacional Maio Amarelo
A maior parte dos acidentes envolvendo pedestres e motoristas é por falta de autocuidados. O motorista já sabe que sobre a faixa passam pessoas, então, o que deveria fazer é reduzir antes da faixa, dar breves toques de aviso no freio e ao imobilizar o veículo, ligar o pisca-alerta. Instalar break-light reduz em até 50% as colisões traseiras.
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O pedestre, por sua vez, precisa buscar o contato visual com os condutores, estender a mão para manifestar a intenção de atravessar e olhar sempre se não vem moto nos corredores mesmo com os carros da frente parados. Onde houver cruzamentos, atravessar no prolongamento da calçada, por trás dos veículos e não na frente deles. Atropelamentos de crianças podem ser evitados segurando-as pelo punho e não pelas mãos. A distração, principalmente ao celular, já é apontada como uma das principais causas de acidentes (atropelamentos, colisões traseiras, colisões frontais, etc.).
A gentileza, a cortesia e a tolerância tornam o modo de se comportar no trânsito menos agressivo, mais humano e evita acidentes. O condutor imprudente, que abusa da velocidade, que faz manobras perigosas assume riscos que ele não pode controlar, pois os acidentes nunca têm uma só causa: é uma combinação de fatores que envolvem o homem, a via, o veículo e o meio ambiente. Acidente é a infração que não deu certo. Seja de pedestres ou de motoristas.