A Prefeitura de Blumenau anunciou, na tarde desta quinta-feira (6), mais cinco ações de segurança para escolas e unidades de ensino após o ataque a creche ocorrido na quarta (5). Em pronunciamento à imprensa, as autoridades do município apresentaram ideias discutidas no gabinete de crise depois que quatro crianças morreram e cinco ficaram feridas no atentado ao Centro de Educação Infantil Cantinho Bom Pastor, no bairro Velha.

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Segundo prefeito Mário Hildebrandt, o município poderá contratar policiais militares da reserva ou bombeiros militares para atuar na segurança das 128 unidades de educação em parceria com o Governo do Estado. A possibilidade já foi discutida com o governador Jorginho Mello, mas ainda não foi oficializada. Caso isso não seja possível, a prefeitura irá agilizar a contratação de segurança privada e armada.

— Nós cremos que vamos ter a resposta [do governo estadual] nos próximos dias, nesse fim de semana. O governador, a princípio, se comprometeu conosco. Caso não seja possível, já determinei à procuradoria jurídica que seja agilizada a contratação de segurança privada armada — disse o prefeito.

Para essa decisão, Hildebrandt afirma que foi realizado um trabalho de levantamento dos cenários encontrados ao longo dos últimos dias junto do comitê de crise. Participaram dos diálogos a Polícia Militar, Polícia Científica, Polícia Civil, Ministério Público, Corpo de Bombeiros e a Secretaria de Estado da Educação

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A instalação de 125 câmeras de segurança em todas as unidades de ensino da rede municipal é a segunda questão abordada. Ainda conforme o prefeito, as escolas particulares poderão comprar os equipamentos e integrar o sistema de monitoramento que será acompanhado pela Polícia Militar.

A prefeitura também anunciou a contratação de equipes multidisciplinares para acompanhamento psicológico da comunidade escolar da cidade, com psicólogos e assistentes sociais. A medida já havia sido anunciada em uma reunião com todos os diretores de escolas da cidade.

— Essas medidas são iniciais e todas vão ter implantação a partir da semana que vem — garantiu o prefeito Mário Hildebrandt.

Além disso, algumas ações serão voltadas para cada escola. A Secretaria de Educação fará uma varredura para verificar a estrutura das unidades e avaliar as necessidades para melhorar a segurança física do local, como cercamento, instalação de muros e controle de acesso.

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A formação para atuação dos profissionais das unidades em momentos de crise será outro ponto de trabalho da pasta. As orientações para professores e diretores fará parte de um plano de contingência, que deve ser elaborado pela Secretaria de Defesa Civil e Secretária de Educação.

Pela manhã desta quinta, o executivo municipal realizou uma reunião com todos os diretores de escolas da cidade. Já na parte da tarde, algumas informações foram levadas aos professores da rede pública e com indicações sobre os trabalhos a serem realizados nos próximos dias.

Por conta da tragédia, o atendimento nos CEIs e as aulas nas escolas municipais foram canceladas nesta quinta-feira (6). A Prefeitura decretou luto oficial de 30 dias.

Acompanhe a coletiva no vídeo

O que se sabe sobre o ataque a creche

Na manhã de quarta-feira (5), enquanto crianças brincavam no parque do Centro de Educação Infantil Cantinho Bom Pastor, um homem de 25 anos pulou o muro e atacou os pequenos com uma machadinha. Dos oito atingidos, quatro morreram: Bernardo Cunha Machado, de 5 anos, Bernardo Pabst da Cunha, 4, Larissa Maia Roldo, 7 e Enzo Marchesin Barbosa, 4. Uma menina se machucou na correria, mas passa bem.

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Depois do crime, o homem, que havia chegado em uma motocicleta, foi até o Batalhão da Polícia Militar e se entregou sem explicar muita coisa. Ele foi preso em flagrante. Em audiência de custódia nesta quinta (6), foi definido que ele continuará preso de forma preventiva. O suspeito já tinha pelo menos outras quatro passagens por agressão, tentativa de homicídio e uso de drogas.

A Polícia Civil acredita que o homem tenha agido sozinho, mas não descarta outras participações. A investigação deve confirmar, mas ao que tudo indica o autor não teve ajuda. A Polícia Civil afirmou que ele teve um surto paranoico e que “criou história na cabeça”.

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