O primeiro dia de aula em uma escola nova é daquelas experiências difíceis de esquecer. Quando se trata de uma instituição em um formato diferente como o ensino militar, que Blumenau ainda não conhecia, a experiência tende a ser ainda mais marcante. Tudo isso explica a expectativa de pessoas como Kátia Cilene Bertoldi. A filha dela, Sophia, de 10 anos, está entre os 70 alunos selecionados para integrar as duas primeiras turmas do Colégio Militar de Blumenau, que inicia hoje as aulas.

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Eles são estudantes do sexto ano do ensino fundamental e foram sorteados entre 287 inscritos. Doze são filhos de policiais ou bombeiros militares e os outros 58 de pessoas da comunidade em geral, como o caso de Kátia.

Ela tentou uma vaga para a filha depois de ouvir boas experiências de pais de alunos do colégio militar de Florianópolis, onde morava antes de vir para Blumenau, há um ano. A busca se baseou principalmente pela qualidade no ensino.

– Como mãe, espero uma educação voltada para o conhecimento e acho que o Colégio Militar pode ter essa excelência no aprendizado – projeta a mãe.

O lado disciplinar não chama tanto a atenção de Kátia e Sophia. Já para o policial militar Roberto Erhardt é o que mais alimenta a expectativa de ver o filho Arthur, de 11 anos, frequentando as aulas a partir de hoje:

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– A lembrança de quando eu estudava no primário, a gente tinha aquele civismo de cantar o Hino Nacional na entrada da escola, que hoje em dia não tem mais. Respeito à professora, ficar em pé ao lado da carteira, em forma, essas coisas que hoje não existem mais e esses valores eles vão aprender a respeitar. A hierarquia, a disciplina, os valores de civismo, o respeito – enumera Roberto, militar há 22 anos.

As aulas começam hoje e ocorrem no período vespertino. Atividades esportivas, reforço escolar e idiomas serão oferecidos alguns dias pela manhã. Tudo, é claro, de forma gratuita. Nos primeiros dias os alunos vão conhecer o regulamento e o funcionamento do colégio. A partir da primeira semana, porém, atividades como a formação no pátio para cantar o Hino Nacional entram na rotina. A cada semana um aluno fica responsável pela organização dos colegas em filas e por monitorar faltas de alunos, para despertar a liderança entre os estudantes. A partir de abril eles devem usar um uniforme de farda semelhante à da PM, porém, cinza. As salas de aula já estão prontas para receber os estudantes, mas os laboratórios de química e informática devem ser instalados ao longo do ano letivo.

Quadro de professores está quase preenchido

A expectativa que envolve pais também atinge os professores que irão atuar a partir de hoje. Yáskara Beiler Dalla Rosa será professora de artes. Ela já lecionou no Colégio Militar de Florianópolis e, quando soube da abertura da unidade em Blumenau, não pensou duas vezes:

– A valorização dos professores, tanto pelos alunos quanto por parte dos militares, faz com que a gente consiga ter atenção, dar todo o conteúdo da aula e ter uma relação de respeito – conta.

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O quadro docente terá 11 professores e seis membros da equipe pedagógica. As vagas para lecionar inglês e português ainda estão em aberto e, se não forem preenchidas esta semana, devem ser alvo de um novo edital de contratação a ser publicado na sexta-feira no site da PM (www.pm.sc.gov.br). Essa seleção também deve envolver cargos como bibliotecária, supervisora e orientadora educacional, ainda não ocupados.

A diretora do Colégio Militar de Blumenau, major Patrícia Maccari, explica que a ideia é melhorar o currículo do aluno oferecendo mais opções para ele na escola.

– A nossa formação atende ao currículo estadual. O nosso diferencial é a rotina diária. A disciplina é regida por um regulamento e os alunos acabam tendo no dia a dia várias atividades que visam o respeito aos símbolos nacionais e a responsabilidade deles com a turma e com o colégio – explica a major.

O Colégio Militar de Blumenau ficará onde hoje está a EBM Tiradentes, anexo à EEB Pedro II.