O objetivo deste texto é apresentar resultados de um estudo desenvolvido na linha de pesquisa Educação, Estado e Sociedade do Programa de Pós-Graduação – Mestrado em Educação da Universidade Regional de Blumenau. O estudo teve como objetivo identificar o conteúdo e o processo de formação da representação social de um grupo de 78 estudantes sobre o silenciamento escolar. O que é realizar um estudo em representações sociais? É um esforço em entender o comportamento cotidiano e o funcionamento de um grupo social e de como os saberes desse grupo influenciam as regras de uma comunidade, a identidade dos indivíduos e seus papéis sociais.
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Para levantamento da base empírica, foi utilizado um questionário envolvendo as opiniões, crenças, valores e sentimentos dos alunos sobre o objeto investigado. Os resultados obtidos confirmam a presença de um processo de silenciamento (in) voluntário dos estudantes. Permitem afirmar que, no contexto escolar práticas de gestão estão associadas a mecanismos de controle e exclusão e que esta associação origina algumas das dificuldades enfrentadas nas escolas atualmente.
Na representação social dos estudantes o processo de silenciamento é voluntário, ele orienta os comportamentos e emerge como uma atitude de sujeição. A sujeição pode ser entendida como ação internalizada de obediência.
O processo é confirmado também como involuntário quando o silenciamento é externo, entendido como uma ação que ocorre em função do outro. Os estudantes revelam-se sujeitos a alguém, ou alguma norma, pelo controle e pela dependência.
A afetividade nas relações escolares é apontada pelos alunos como importante e necessária. Esta representa uma disposição interna para compreender, respeitar, dialogar, escutar, aceitar e desejar a proximidade do outro. Assim, pela amizade intensifica sua relação consigo mesmo, observa seus limites ao mesmo tempo em que aprende a respeitar os limites do outro.
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No ambiente escolar, o adolescente passa a maior parte de seu tempo à caça de um “grupo de iguais”, para se auto-afirmar e tornar-se mais independente. Por isso há grande frustração quando rejeitado por grupos ou pessoas específicas. O “ouvir” e o “deixar falar” na busca de solução conjunta dos silenciamentos que ocorrem na escola configuram-se como atitudes positivas no cotidiano escolar, de tal modo que todos fossem incentivados a resolver os conflitos dessa forma.
Irani Maas Marques
Orientadora Educacional
Mestrado em educação
EEB Prof. Júlio Scheidemantel – Timbó – SC