A família de Maria Fagundes de Oliveira, 48 anos, não imaginava que o Papai Noel chegaria bem antes do Natal. Também não acreditava que a tão esperada ceia em família poderia ser realizada com fartura e festa.

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E tudo isso se tornou realidade por causa de uma cartinha endereçada ao Bom Velhinho que foi encontrada caída entre os bancos de um ônibus da Transtusa. A mensagem assinada por Luana Fagundes, 6 anos, foi escrita pela irmã mais velha, Camila Fagundes, 11 anos.

As duas são sobrinhas de Maria e vivem com ela há seis anos, desde que a mãe das meninas morreu.

– Um dia estávamos conversando e ela disse que queria fazer um grande almoço com toda a família. Foi quando tive a ideia de escrever várias cartas – contou Maria.

Na cartinha, Luana desejava ganhar uma cesta básica. A ideia era levar o pedido até a Casa Amarela (escritório de atendimento do deputado estadual Nilson Gonçalves), depois que a tia saísse do trabalho, na quinta-feira.

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Mas no meio do caminho a mensagem foi extraviada e o sonho da pequena ficou mais distante de se tornar realidade. No mesmo dia, a carta foi encontrada por Rafael Nascimento, 23 anos, motorista do ônibus, no Terminal Tupy, no Boa Vista.

Emocionado com a carta de Luana, reuniu mais cinco colegas da Transtusa, que decidiram realizar o pedido. O grupo de amigos conseguiu movimentar outras 40 pessoas e arrecadou muito mais do que uma cesta básica. Além dos alimentos, os funcionários levaram docinhos e brinquedos.

– Só de ver o sorriso dessas crianças compensa o que fizemos – disse Rafael.

Recepção

Tudo foi planejado para surpreender a família. E até o Bom Velhinho compareceu. Ao chegar na casa, na rua Uruguaiana, no bairro Jardim Iririú, o grupo foi recebido por Camila, a irmã Luana, o irmão Kaio, oito anos, e Natally, seis anos. Elas mal conseguiam conter a emoção.

Não se importaram com a chuva, nem com a lama que se formou em frente à casa. Todas correram até o Papai Noel para o abraço apertado. E como foi apertado. Quase como se quisessem se certificar de que aquele momento era real. E era verdade mesmo. O sonho de ter um Natal especial agora estava mais perto.

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– Pensei que nunca ia ver o Papai Noel. Tomara que este dia nunca acabe – disse Natally, a mais falante de todas as crianças, com um imenso sorriso no rosto.

Tímida, Maria também mal conseguia esconder o choro de felicidade. Ela e o marido sustentam as cinco crianças. Agora, o Natal deles será muito melhor.

A Família Fagundes

Além de trabalhar como zeladora em uma empresa, Maria ainda faz bicos passando roupa para clientes. O marido, João Fagundes, 54, trabalha com jardinagem. Os dois sustentam três filhos pequenos e as sobrinhas Camila e Luana. A família de Maria mora no bairro Boa Vista. Outros dois irmãos de Camila e Luana moram com o pai, Darci Fagundes, 51, na rua Uruguaiana, onde as meninas estão passando as férias e onde aconteceu o encontro com o Papai Noel.

Quando a mãe das crianças, que é irmã de Maria, morreu, ela decidiu ajudar o cunhado a criar os sobrinhos. Há seis anos, ela cuida das meninas que são para ela como filhas. A mãe das crianças morreu em casa depois de sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC).

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A família se dividiu apenas por questões financeiras e o amor entre os irmãos é preservado. O segredo da união e da força de vontade é revelado com simplicidade pela zeladora.

– Deus nos dando saúde, o resto a gente corre atrás – concluiu em meio aos presentes recebidos com muita alegria.