Casar, voar e ver o mar. Muito além do lúdico, os sonhos de três jovens portadores de Síndrome de Down no filme Colegas, que estreia nesta sexta-feira em Blumenau, traz a realidade vivenciada para perto dos olhos da sociedade. Fora das salas e telonas do cinema, os sonhos também estão presentes no dia a dia. Em uma conversa informal na sala de reunião da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), em Blumenau, a vontade entre seis dos mais de 100 alunos portadores da síndrome facilmente transpareceu: de participar do Big Brother Brasil até secar louça.

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Psicóloga da entidade, Fabiana Batista explica que os sonhos são construídos a partir das vivências de cada ser humano. Ela, que assistiu ao filme em Curitiba, comenta que a obra traz uma proposta diferente para pensar a Síndrome de Down:

– São três jovens que vão atrás dos sonhos deles e, por acaso, eles têm Down. Não é uma superprodução, mas é eficaz ao que se propõe. A abordagem é fiel ao que eles realmente são. Eles vivem intensamente as coisas – comenta Fabiana, que lembra que Marcelo Galvão, diretor de Colegas, teve um tio Down. – Ele quis quebrar tabus, como a questão de que os Down são eternas crianças. E não são. Cada um é diferente. Assim como nós também somos _ continua.

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A diretora da Apae de Blumenau, Ivone de Castro, acredita que o filme possa ser uma ferramenta importante para discutir essas questões:

– Procuramos oportunizar o contato social deles. A família também precisa cumprir esse papel. Vamos verificar com os pais a possibilidade de levar os alunos e incentivá-los para assistir Colegas no cinema.

Um novo olhar para o Down

A professora de séries iniciais Cássia Koehler já realizou projetos de inclusão e foi uma das motivadoras para que Colegas entrasse em cartaz nos cinemas blumenauenses. Desde o início do ano, manteve contato via e-mail e redes sociais com o diretor Marcelo Galvão e os atores de Colegas. Motivou professores, amigos e os gerentes das redes de cinema. Depois de 15 dias do lançamento do filme, ela comemora a estreia em Blumenau:

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– É uma vitória conjunta. Colegas não relata a Síndrome de Down, mas os sonhos deles. Como nós também sonhamos. É uma mudança de olhares e paradigmas. O filme superou as expectativas pelo todo da obra. Os sonhos estão apenas começando. O meu (a estreia do filme em Blumenau) se realizou.

No Dia Internacional da Síndrome de Down, 21 de março, os atores do filme Colegas estarão em Santa Catarina, na Assembleia Legislativa do Estado, em Florianópolis, para comemorar a data.

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