Uma coleção de 25 pranchas deverá permanecer imaculada para mostrar a árvore genealógica dos shapers brasileiros. Cópias fiéis aos originais que ajudaram a construir a história do esporte no Brasil, sem batidas ou arranhões, estão à disposição do público na Cidade do Suf, que fica anexa ao palco principal do Hang Loose Santa Catarina Pro, na Praia da Vila, em Imbituba. Ali, estão expostas réplicas de pranchas da década de 30 até os dias atuais. Os estilos também variam do pranchão à pranchinha, ideal para manobras ou condições extremas do mar.
Continua depois da publicidade
Segundo um dos idealizadores da mostra, o publicitário Felipe Barancchini, de 25, anos, o diferencial está em trazer modelos novos, que provavelmente jamais serão usados. Em apenas dois meses, Felipe e o curador Reinaldo Andraus, o Dragão, ajudou na escolha das peças, concepção e também elaborou detalhados e emotivos textos históricos expostos com a história de cada prancha. De acordo com Felipe, o número de réplicas deverá aumentar diante da diversidade da história do surfe no país:
– É difícil resumir o Brasil em apenas 25 pranchas, tem ainda muita coisa no sul e no nordeste, por exemplo. O objetivo é ir para 50 para fazer uma árvore genealógica do Brasil – disse o organizador, que ainda espera levar a mostra para Porto Alegre, Belo Horizonte e Brasília.
Realmente, grande parte dos modelos expostos faz referência aos shapers de São Paulo e Rio de Janeiro. Porém, não se pode deixar de negar que os picos fluminenses e paulistas têm grande importância no desenvolvimento do surfe, o que é justamente o propósito da exposição. Uma das atrações é um pranchão São Conrado (RJ) da década de 1960 que era feito com tecido no bico. Também está à mostra um modelo de madeirite, usando pela turma da Zona Sul do Rio antes das pranchas de fibra de vidro.
Outra peça de destaque é a prancha da Tropical Brasil com a qual Teco Padaratz, hoje aposentado das competições, conquistou o bicampeonato do WQS (Divisão de Acesso) em 1999 com um equipamento projetado por Avelino Bastos. Teco comentou sobre a prancha inesquecível que virou um talismã:
Continua depois da publicidade
– Tinha uma parada interessante que eram seis canaletas na rabeta e elas faziam um efeito interessante, no final ela dava um coicezinho na manobra, que me dava um impulso. Usei essa prancha o ano todo de 1999 – relembrou Teco, que tem a original guardada em Florianópolis.
Uma outra réplica interessante é a usada pelo big rider Rodrigo “Monster” Resende na conquista do título por equipes do Brasil no Primeiro Mundial de Ondas Grandes em Isla Todos Santos, no México. Trata-se de um pranchão azul, 10.6, do shaper Beto Santos, um dos mais completos do país. Também há o modelo usado por Raoni Monteiro e outros que passaram pelos pés de Picuruta Salazar, Renan Rocha, Wagner Pupo, Paulo Tendas e Fred D´Orey.
Grande parte das réplicas são projetos dos shapers Neco Carbone e Eduardo Augusto e laminados por Thyolo, no Guarujá. Além deles, algumas outras pranchas foram reproduzidas pelos próprios autores dos originais, como Ricardo Martins, Luciano Leão, Biro Hawaii, Avelino Bastos, Gustavo Kronig e Paulo Rebello.
Além da exposição de pranchas, o espaço conta com sessões de filmes que estão em pré-estréia ou que ainda não estão disponíveis livremente ao público. São os casos de Mundaka, Sliding Liberia, Waterman, Surfing the Mountais, Bustin´Down the Door e High Water. Estes dois últimos serão exibidos no final de semana, a partir de 16h. As sessões ocorrem diariamente.
Continua depois da publicidade