Amigas, não façam julgamentos precipitados com o título deste texto. Sou pessoa do bem, mas quero hoje falar sobre a cama, mais especificamente, sobre colchões, que sempre atormentaram minha vida.

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No meu tempo de criança, eram duros de rachar, feitos de crina, sei lá eu o que era crina, mas acho que não era cabelo de cavalo, deveria ser um capim seco. E ainda tinha os de palha de milho, na qual muitas vezes se escondiam pedaços de sabugo. Imaginem só. Mas, depois, as fábricas foram aparecendo, melhorando a confecção, usando outros materiais e aí surgiram os de molas, os de espuma, não sei se nesta ordem, e os ditos anatômicos.

Como desde muito cedo tenho problemas de dores (dizem que é fibromialgia e não tem cura) e há algum tempo, problemas de artrose, que, segundo todos os médicos que consultei, também não tem cura, o negócio é ir trocando de colchão para o bem-estar da coluna.

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Eis que as coisas ficaram um tanto incontroláveis, e o meu colchão que era de molas, da melhor qualidade, me passou a impressão de que estava ficando estufado, bem na área central dele, do colchão. Como está difícil me vestir em pé, faço isto sentada na cama.

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Mas eis que, oh! céus, uma manhã não sentei direito, por causa do estufamento, e o colchão me jogou no chão, pura e simplesmente, caí sentada ao lado da cama, um bonito escorregão. Com o susto, comecei a rir sem parar até que me dei conta de que estava doendo e eu moro sozinha. Debrucei no malvado colchão e chorei alto que nem criança. De dor e de raiva.

Quando consegui levantar, a duras penas, pois a idade já não permite agilidade, pensei cá comigo: isto não vai acontecer outra vez. Mas aconteceu, e foi pior, e fiquei com mais raiva e chorei mais, e tomei uma séria decisão: no primeiro sábado, quando sempre saio com minha filha para fazer as compras, fomos antes de tudo, numa casa especializada em colchões e deitei em todos que estavam à venda, até achar um que não me derrubaria.

Trouxe um de espuma, bem mais baixo que o pilantra que me derrubou, de ótima qualidade, com um forro de flores, e naquela noite dormi feito uma princesa e tive lindos sonhos. E assim tem sido desde aquela sandice que o estufado me aprontou.

Voltei a usar colchão de espuma, que já fizeram tanto sucesso décadas atrás. Só espero que não voltem os de crina e os de palha de milho.

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