Uma cobra similar à naja, espécie entre as mais perigosas do mundo, foi resgatada pelos bombeiros nesta sexta-feira na subestação de esgoto da Empresa Municipal de Água e Saneamento (Emasa), na Rua 2950, em Balneário Camboriú. O animal foi localizado por servidores que faziam a manutenção periódica do local.
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A área onde estava a cobra alterna entre inundada e seca, e fica dois metros abaixo do solo. O sargento Maurílio Leodegario Vieira, que participou do resgate, diz que nunca havia visto uma cobra semelhante na região e que capturá-la foi difícil, pois ela estava bastante agressiva.
O animal foi levado ao zoológico de Balneário Camboriú, no Parque Cyro Gevaerd, onde será identificado e permanecerá em quarentena. As imagens foram feitas por Moisés Ferreira e compartilhadas pelo jornalista Carlos Magagnin.
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O biólogo Rodrigo Fischer, especialista em serpentes, diz que algumas características da cobra coincidem com a da naja, como o capelo, aquela "aba" próxima à cabeça, e a mancha que ela tem nas costas. No entanto, ele prefere não afirmar que se trate de um exemplar da famosa serpente africana porque não conseguiu ver o animal de frente.
— É importante ver a dentição e as escamas da cabeça, que têm uma contagem específica. Mas pode-se dizer que é um animal incomum, provavelmente exótico.
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O mais provável, diz o biólogo, é que a cobra tenha chegado a Balneário através do tráfico de animais. Não há criadores autorizados de naja no Brasil. Nesse caso, o proprietário pode ter perdido o animal ou deixá-lo fugir por algum motivo, como falta de condições financeiras para mantê-lo, por exemplo. No entanto, embora se trate de uma possibilidade remota, Fischer lembra que o animal poderia até ter vindo a bordo de um navio que atracou na região.
— Elas sobrevivem sem problema a uma viagem da África até aqui — diz.
No ano passado, uma suposta naja assustou moradores de Paranaguá, no Paraná, após ser descoberta em um palete dentro de um navio que veio do Egito. O animal conseguiu escapar. Especialistas que viram uma foto de um animal semelhante ao que apareceu no porto paranaense afirmaram que, na verdade, se tratava de uma caninana, espécie comum no Brasil.
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