A píton amarela é uma cobra que impressiona pelo seu porte. Este animal pode chegar a 10 metros de comprimento e pesar até 80 quilos, sendo considerada uma das maiores serpentes constritoras do mundo.
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E embora estejamos falando de uma cobra robusta e que impõe medo, ela não é facilmente encontrada na natureza, não é venenosa e difcilmente ataca humanos. Em função de sua coloração branca e amarela – característica marcante em qualquer paisagem, sobretudo se pensarmos em seu comprimento – ela é facilmente identificada por presas e predadores.
Neste artigo, falaremos um pouco mais sobre a píton amarela, destacando suas características, hábitos e incidentes envolvendo a espécie. Confira!
Onde a Píton amarela é encontrada
A píton amarela ou píton albina é comumente encontrada em uma grande variedade de habitats, como florestas tropicais, campos, pântanos, áreas rochosas e mangues. Essa é uma espécie originária da África e da Ásia, sendo introduzida às Américas pela atividade humana, o que acabou por gerar desequilíbrio em alguns biomas.
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Especialmente nos Estados Unidos, biólogos tem identificado problemas de competição em relação a outras espécies também encontradas na natureza.
Os hábitos da Píton
A píton amarela se alimenta de pequenos mamíferos, répteis e aves. Essas presas são “abatidas” por constrição, isto é, a cobra se aproveita de todo o seu tônus muscular para apertar a presa até sufocá-la. Finalizado o bote, o corpo do animal é engolido por inteiro. A musculatura dessa espécie também a permite escalar árvores, embora seu peso seja um fator limitante para que ela mantenha hábitos arborícolas.
A píton amarela não é um animal peçonhento e possui órgãos termorreceptores nas bordas da boca (fossetas labiais) que identificam oscilações de temperatura. Essa é uma das poucas espécies de serpentes que conserva seus ovos, permanecendo sobre eles. Esse comportamento ajuda no desenvolvimento dos embriões.
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Píton amarela alvo de tráfico de animais

A píton albina, assim como a maior parte de espécies exóticos, é alvo preferencial de quadrilhas envolvidas em tráfico de animais. No Brasil, uma serpente filhote costuma ser comercializada por cerca de R$ 3.000,00 enquanto o animal adulto chega a custar R$ 15.00,00.
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No último dia 15, por exemplo, uma píton amarela de 2 m de cumprimento foi capturado em uma residência abandonada em Goiânia. A Polícia Civil suspeita que o animal tenha sido trazido de forma ilegal para o país.
O proprietário do imóvel foi autuado por crime ambiental, já que a serpente foi importada sem autorização ou parecer técnico das autoridades competentes. Segundo informa o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o animal não possui o microchip identificador obrigatório para animais silvestres criados em cativeiro, o que reforça a hipótese de tráfico ou procriação ilegal.
Em depoimento, o suspeito informa ter recebido o animal de um amigo feito via redes sociais e aceitou cuidar da cobra por alguns dias. O crime de tráfico de animais está previsto em lei e pode gerar pena de seis meses a um ano de reclusão, além de multa.
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Píton amarela encontrada no Ceará
Em dezembro de 2020, uma cobra da espécie píton amarela foi resgatada no município de Mucambo, região Norte do Ceará. A serpente foi encontrada por moradores que ficaram assustados ao se depararem com o animal próximo a uma área residencial.
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Na ocasião, a polícia foi acionada, mas não identificou informações conclusivas sobre como animal de quatro metros foi parar na região. De acordo com o Corpo de Bombeiros do Ceará, a serpente estava em um matagal bem próximo a residência de moradores. A cobra apresentava pequenas escoriações em seu corpo e estava em processo de troca de pele, sendo considerada arisca pelos responsáveis pelo resgate.
Após o resgate, a cobra segue sob cuidados de uma clínica veterinária, no município de Sobral, também na região Norte do Estado.
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Incidentes envolvendo píton amarela
O inglês Dan Brandon, um criador de serpentes, foi encontrado morto em sua residência em Londres em janeiro de 2018. Desde o início das investigações, a principal suspeita do “crime” é uma píton amarela de 2,5 m, chamada de Tiny (pequenina em inglês).
A hipótese foi confirmada pela autopsia, que identificou ferimentos nos pulmões de Brandon e vasos sanguíneos rompidos em seus olhos – sinais claros de estrangulamento. Especialistas acreditam que a cobra tenha subido pelo torço do criador, aplicando uma pressão descomunal sobre seu corpo. O movimento teria causado a interrupção da corrente sanguíneo, algo capaz de o asfixiar um ser-humano em questão de minutos.
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A espécie é considerada dócil, mas pode atacar por diferente motivos
A espécie não tem por costume atacar seus criadores, sendo considerada dócil. No entanto, casos de ataques a seres-humanos envolvendo a espécie de serpente acontecem com alguma frequência. Em 2013, uma píton amarela matou dois garotos no Canadá.
No caso Brandon – criador considerado experiente por quem o conhecia – acredita-se que a cobra possa ter se sentido insegura ao ser manuseada. Em situações como essa, a pressão muscular serviria como mecanismo de defesa para que o animal não caia de onde está. Na natureza, por exemplo, é comum que elas utilizem seus músculos para constrição quando um galho ameaça se romper.
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Outra possiblidade menos provável seria uma manifestação de carinho por meio desse movimento. No entanto, biólogos ouvidos pelo The Guardian na cobertura do caso Brandon destacam que serpentes não demonstram afeição da mesma forma que gatos e cachorros.
“Elas podem desenvolver uma familiaridade com seus donos e cuidadores, particularmente pelo cheiro, e acabam descansando sobre eles em busca de calor ou subindo em seus ombros quando estão sendo cuidadas por mera vontade de fazer algo”, diz ele.
Ainda segundo eles, o principal motivo para casos conhecidos de estrangulamento de criadores tenha a ver com odores identificados pelas serpentes. Ao sentir o cheiro de uma presa enquanto são manuseadas, elas podem se sentir instigadas a caçar, passando a manifestar um comportamento agressivo.
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No caso Brasdon, por exemplo, a píton amarela pode ter se constringido em torno do criador porque se assustou ou mudou para o “modo de caça”.
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