Santa Catarina é exemplo de aumento de produção agropecuária com preservação do meio ambiente, segundo a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Epagri). Um estudo do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Cepa) apontou que, entre 1980 e 2017, houve uma redução de 27,8% na área plantada e um crescimento de 20% na cobertura de mata nativa nas propriedades rurais catarinenses.

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O acréscimo foi de 278,8 mil hectares em 37 anos, com base nos dados disponibilizados pelo Censo Agropecuário realizado pelo IBGE. Também houve um aumento de 145% na área de florestas plantadas, que passaram de 374 mil para 918 mil hectares.

As 183 mil propriedades rurais correspondem a 67,3% do território catarinense e 40% delas estão cobertas com florestas, o que representa 2,6 milhões de hectares. A pastagem ocupa 1,8 milhão de hectares, o que representa 28,4% do total, e as lavouras ocupam apenas 1,5 milhão de hectares, o que representam 1,5 milhão de hectares.

De acordo com o analista da Epagri Cepa Luiz Toresan, esse aumento se deve a vários fatores, como legislação, regeneração de novas áreas, relevo acidentado e redução de mão-de-obra no campo.

– Até a década de 90 houve um avanço no desmatamento para áreas de lavoura. A gente via muita encosta de morro queimada ou cultivada. Mas depois, com a redução de mão-de-obra algumas áreas não mecanizadas foram abandonadas e houve a regeneração florestal. A legislação começou a apertar também e foi outro fator que contribuiu para isso – avaliou Toresan.

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Em 1980 eram 858,7 mil pessoas ocupadas no campo e agora são 497,8 mil, numa queda de 42%. É menos gente, produzindo mais, utilizando mais tecnologia. A produção de soja quase triplicou nesse período, com crescimento de 261% e, do milho, cresceu 46,3% mesmo perdendo 54,8% da área plantada.

Àrea cultivada caiu 27% e produção aumentou 106%, graças ao aumento de produtividade
Florestas representam 40% das propriedades (Foto: Epagri/Cepa)

– A tendência é de termos um meio rural cada vez mais profissionalizado, com uso de tecnologias que permitam produzir mais alimentos em áreas menores e utilizando menos mão-de-obra. Essa é uma tendência mundial e não será diferente em Santa Catarina. Queremos continuar sendo referência na produção de alimentos de qualidade e na preservação dos recursos naturais – disse o secretário de Estado da Agricultura, Ricardo de Gouvêa.