Ficar entre os 10 países com maior número de medalhas e chegar ao pódio em mais de 10 modalidades. De acordo com o Comitê Olímpico do Brasil, alcançar essas metas fará do Brasil uma potência do esporte. São os números que a maior delegação do país na história dos Jogos perseguirá daqui a dois anos, no Rio de Janeiro.

Continua depois da publicidade

Para constar entre os melhores dos Jogos, o COB quer ver seus atletas participando de 27 a 30 cerimônias de premiação. O desempenho seria bem superior aos 17 pódios conquistados em Londres. Por outro lado, o investimento no esporte olímpico no quadriênio pré-Rio deve chegar a US$ 600 milhões, comparados aos US$ 350 milhões gastos no ciclo preparatório para 2012.

– Países como Espanha, Reino Unido, China tiveram este financiamento que hoje a gente tem por muitos anos. O financiamento está crescendo, mas precisa ser mantido. Eles tiveram por 12, 16, 20 anos. Você vai montando uma estrutura que não responde imediatamente – explica o superintendente executivo de esportes do COB, Marcus Vinícius Freire.

Depois de período de críticas, COI adota discurso otimista para o Rio 2016

Continua depois da publicidade

Volta Olímpica entrevista Marcus Vinícius Freire

O COB também mira na variedade de ouros, pratas e bronzes, por isso visa conquistas em mais de 10 esportes, algo que o país nunca conseguiu – na última Olimpíada, “medalhou” em nove modalidades. O objetivo de figurar entre os melhores em várias competições faz com que a meta olímpica brasileira desconsidere o quadro de medalhas oficial, que valoriza o ouro e usa a prata e bronze como critérios de desempate.

– A Jamaica é um exemplo. Ela pode ter sete medalhas, todas no atletismo, e ficar lá em cima. É uma potência do atletismo de velocidade no mundo. Mas estive na Jamaica, e não são uma potência olímpica. Enviamos a Jacqueline Silva, campeã olímpica do vôlei de praia, para ajudá-los a participar de um Mundial juvenil. Ela teve de montar a quadra, cavar a areia – diz Freire.

A expectativa de um desempenho histórico do Brasil não é fruto de otimismo, nem do simples aumento do montante investido no esporte. O país-sede costuma atingir grandes resultados. É uma questão numérica: há mais vagas disponíveis, a delegação cresce (estima-se que cerca de 400 atletas representem o Brasil nos próximos Jogos) e o desempenho vem junto. Mantê-lo é tarefa mais complicada.

A Grécia, por exemplo, retornou ao papel de coadjuvante olímpico já em Pequim, um ciclo após receber a Olimpíada de 2004. A Espanha mostrou que o crescimento pode ser duradouro. Depois de Barcelona-1992, passou a frequentar a ponta de cima do quadro de medalhas.

Continua depois da publicidade