Butch Wilmore, de 61 anos, e Sunita Williams, de 58, estão presos na Estação Espacial Internacional desde junho deste ano quando a nave espacial onde os dois viajavam, um modelo Starliner, da Boeing, deu defeito. Em entrevista ao Fantástico, exibida na noite deste domingo (1°), especialistas explicaram o que pode acontecer com o corpo humano após passar meses no espaço. As informações são do g1.
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— Eles vão ficar submetidos não só a esse possível até choque emocional de ter que ter essa mudança toda de postura da sua missão, mas também eles vão ficar muito mais tempo expostos aos efeitos da microgravidade e da radiação cósmica — explicou a médica Thais Russomano que fez doutorado em medicina espacial na Inglaterra.
Astronautas estão há 17 dias “presos” no espaço após problemas na capsula da Boeing
Segundo a especialista, foram verificados casos de aumento na pressão intracraniana em astronautas que já passaram pelo espaço. Muitos, ainda, relataram problemas de visão – possivelmente motivados por esse aumento de pressão cerebral.
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Além disso, estudos mostraram que o sangue venoso muda a direção em que circula quando o o corpo humano está no espaço. Por causa disso, um astronauta chegou a ter um coágulo em uma veia do pescoço.
No entanto, segundo Thais, anticoagulantes foram transportados para a Estação Espacial e o problema foi revertido. O astronauta seguiu na missão, mas há alerta para a possibilidade de tromboses em longas estadias, como a de Butch e Sunita.
Fator psicológico
Segundo o canadense Chris Hadfield, astronauta que comandou a Estação Espacial Internacional, os sintomas começam imediatamente quando o corpo humano chega ao espaço.
— Nos primeiros dias dá muita ânsia de vômito, porque sem gravidade o corpo perde a noção do que está para cima e o que está para baixo. O nosso sistema de equilíbrio não entende o que os olhos veem. Depois de umas três semanas, aí sim tudo se ajeita e o corpo entende que agora vive no espaço — falou.
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Além dos sintomas físicos, o psicológico também é afetado quando se está na Estação Espacial Internacional.
— Você nunca sabe exatamente quando vai voltar para casa. Outra coisa é que a estação é atingida o tempo todo por meteoritos e isso dá para escutar. De vez em quando, um meteorito abre um buraco na fuselagem. Então tem um fator psicológico importante: como viver longe de casa, por tempo indeterminado, num ambiente perigoso? — explicou o astronauta.
Presos há 4 meses no espaço
A dupla foi enviada à Estação Espacial Internacional (ISS) em 5 de junho em uma missão de (supostamente) oito dias, no primeiro voo tripulado da espaçonave Starliner, da Boeing.
A Boeing alega que os problemas da Starliner não são uma preocupação para a viagem de volta e que Wilmore e Suni “não estão abandonados”. Os astronautas devem voltar para casa somente em fevereiro do ano que vem.
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