Duas em cada três empresas industriais que concorrem com produtos importados perderam participação no mercado doméstico por causa da valorização do real. A constatação é do do boletim Sondagem Especial, divulgado nesta quarta-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Pelo mesmo motivo, diz o boletim, metade das empresas exportadoras deixou de vender no Exterior ou perdeu participação no mercado internacional nos últimos 12 meses.

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Segundo a CNI, o resultado da sobrevalorização do real atinge a competitividade tanto em relação ao tamanho da empresa quanto em termos setoriais.

Com o dólar mais fraco, aumenta o estímulo à compra de matérias-primas importadas. As empresas de pequeno porte são as mais prejudicadas, pois estão menos preparadas para a concorrência, mesmo participando menos da disputa com os produtos importados.

Setores mais atingidos

Entre os setores que mais perderam participação no mercado interno, a CNI destaca: têxteis, calçados, vestuário e equipamentos hospitalares e de precisão. Nesses setores, 75% das empresas perderam participação no mercado doméstico.

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A estratégia foi procurar aumentar a competitividade no mercado interno, reduzindo custos e aumentando o ganho de produtividade e, de acordo com a CNI, esse é o foco de 90% das companhias. No caso das pequenas e de médio porte, uma saída foi reduzir preços e diminuir a margem de lucro.

A pesquisa da CNI sobre os efeitos do câmbio nas empresas brasileiras contou com a participação de 1.564 empresas industriais: 885 pequenas, 458 médias e e 221 grandes empresas. Segundo a confederação, o período de coleta de informações foi de 26 de julho a 6 de agosto de 2008.